Série B

Paraná Clube supera abalo emocional e pressão pra vencer o Náutico de virada

Robson se ajoelha para comemorar a vitória do Paraná Clube e seu primeiro gol na volta ao Tricolor. Foto: Ademar Neto/Estadão Conteúdo

Havia uma pressão no ar. Ninguém dizia claramente, mas o Paraná Clube estava em ponto de ebulição. A atuação ruim contra o Guarani tinha acendido o alerta na Vila Capanema, reuniões aconteceram, cobranças foram feitas, esperava-se uma melhora imediata. Se não viesse uma melhora, que pelo menos viesse uma vitória contra o Náutico. E ela veio. Não sem uma bela dose de sofrimento na noite de terça-feira (13) em Recife. Foi de virada, 2×1, praticamente no último lance, com a redenção de Robson, que era um dos que mais sentia a necessidade de “virar a página” desse mau momento. Livre das últimas posições da Série B, o Tricolor quer começar de novo.

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Todo mundo no Paraná sabe que não foi um bom jogo. Ainda abalados pela perda trágica de Jonas Pessalli, os jogadores somavam mais um ponto a lhes atrapalhar emocionalmente. Havia a natural pressão pela recuperação, e havia a vontade de homenagear o amigo – isso misturado com o choque pela perda repentina. Mesmo assim, o Tricolor foi a Recife para vencer, porque o Náutico que entrava em campo era o lanterna e enfrenta fora dele uma terrível crise financeira. Mesmo jogando na Arena Pernambuco, era possível ganhar. E foi assim que o jogo começou. Até que Richard se enrolou numa saída de bola, chutou um pé no outro e entregou a bola para Vinícius. O atacante do Timbu dominou, driblou Wallace e marcou.

Parecia um golpe muito duro logo a seis minutos de partida. Mas Minho deixou tudo igual logo depois, aproveitando um rebote de Tiago Cardoso. Ele mandou um belo chute por cobertura, que também desviou na marcação adversária. Com o jogo empatado, era preciso colocar os nervos no lugar. Tarefa difícil nesta noite. Se tivesse paciência e tranquilidade, o Paraná venceria com facilidade a partida, pois o Náutico estava completamente perdido em campo. E os pouco mais de mil torcedores se dividiam – metade virava para os camarotes para xingar os dirigentes, metade ficava olhando para o banco para xingar o notório Waldemar Lemos.

Só que, com tanta coisa misturada numa semana tão dura, os paranistas não conseguiram se assentar no jogo. E aí Richard, que falhou no gol, fez boas defesas nas tentativas dos pernambucanos. Os visitantes tinham espaço, podiam criar jogadas, mas esbarravam nas próprias dificuldades – Felipe Alves estava mal, Robson errava, Guilherme Biteco não tinha condições físicas para atuar. Assim correu o primeiro tempo, assim foi correndo o segundo.

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Cristian de Souza, que também estava pressionado (e muito), apostou em Matheus Carvalho, Jhony e na estreia de Rafhael Lucas. Ficou perto do gol, numa cabeçada de Wallace no travessão e num chute de Robson, mas viu Richard salvar o Paraná duas vezes. O empate, que poderia deixar o time na zona de rebaixamento, estava se encaminhando perigosamente. Até que aos 45 minutos da etapa final Gabriel Dias arrancou, passou por toda a defesa do Timbu e rolou para Robson. Desta vez, ele foi o atacante de 2016, e tocou com estilo, por cima do goleiro. Era o gol da virada. Um gol de alívio pra ele e pro Tricolor.

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