Com a sua pior participação na Série B nos últimos oito anos, 2015 é uma daqueles anos para ser esquecido pelo torcedor do Paraná. Com muitas dificuldades dentro de campo e com muitas polêmicas e brigas políticas fora dele, o Tricolor, que chegou a ser ameaçado de rebaixamento à terceira divisão, levará para o ano que vem alguns aprendizados para tentar voltar a brigar pelo acesso.
Com uma participação discreta no Campeonato Paranaense, quando foi eliminado nas quartas de final para o Operário, o Tricolor viveu uma grande transformação política no final de março, às vésperas de começar a disputar a Segunda Divisão. O então presidente Rubens Bohlen, pressionado no cargo, renunciou e o grupo denominado Paranistas do Bem assumiu.
Apesar de ajeitar um pouco o cenário do seu departamento de futebol, os problemas financeiros em outros setores do clube continuaram. A sede da Kennedy passou a ser corroída pelo descaso da atual diretoria com um dos principais patrimônios do clube e, em outubro, o grupo confirmou que a sede social, que já foi uma das mais frequentadas de Curitiba, deverá ser vendida em breve.
Com a promessa de investir R$ 4 milhões na disputa da Segundona, o grupo liderado pelo empresário Carlos Werner encontrou algumas dificuldades na montagem do elenco e, antes disso, ainda amargou uma eliminação para o inexpressivo Jacuipense-BA na Copa do Brasil.
Comando técnico
A falta de convicção de qual profissional queria para comandar o time foi outro fator negativo da atual gestão. O Paraná iniciou a Série B com Nedo Xavier. O treinador foi demitido três meses depois e quem assumiu foi Fernando Diniz. Com ele, a equipe paranista viveu seus melhores momentos, mas o relacionamento complicado do técnico com alguns jogadores resultou em nova demissão.
Sobrou então para o interino Fernando Miguel, ex-jogador do clube. Apesar da distância relevante para a zona de rebaixamento, alguns resultados ruins fizeram o time se aproximar perigosamente da área de risco e se salvar faltando apenas três rodadas.
Elenco inchado
Além das constantes trocas no comando técnico, a alta rotatividade dos jogadores afetou drasticamente o ano do Tricolor. Por conta do atraso no início da montagem do elenco para disputar a Série B, a diretoria encontrou algumas dificuldades, precisou fazer alguns testes e nada menos do que 42 jogadores foram utilizados na competiçã. Na temporada, foram 60 atletas que vestiram a camisa paranista, provando a falha na gestão do futebol.
Durante o ano, a chapa do Paranistas do Bem, liderada por Leonardo Oliveira, venceu as eleições para dar sequência no trabalho iniciado em abril. De fato, o clube recuperou sua credibilidade, pelo menos no cenário do futebol. Pagou os salários dos jogadores em dia e, sem se preocupar com a sua sede social em 2016, deve manter o ritmo de trabalho e montar, sob o comando do técnico Claudinei Oliveira, um time mais competitivo para tentar acabar com o jejum de títulos que já dura quase dez anos.