Começou o Campeonato Paranaense. E começou com a primeira surpresa. O Paraná Clube perdeu para o União na noite de quarta-feira (17) por 2×1, no Anilado, em Francisco Beltrão. Ainda em ritmo de pré-temporada, enfrentando um rival com rendimento físico bem superior, num gramado alto e pesado, o Tricolor não conseguiu superar o novato da competição no jogo de abertura da Taça Dionísio Filho.
O resultado é totalmente normal para um início de ano, mas não ajuda em nada num torneio com apenas seis rodadas para dois times se classificarem para a semifinal. Ainda mais com a próxima partida sendo o clássico diante do Atlético, na próxima quarta-feira (24), às 20h, na Vila Capanema o primeiro jogo tricolor na sua casa desde o acesso para a primeira divisão.
Vamos começar com a parte boa. O Paraná não perdeu a estrutura de jogo, mesmo com a radical alteração no elenco. A volta de Wagner Lopes fez com que tudo que se construiu em 2017 não fosse esquecido na virada da temporada. O Tricolor segue querendo sempre jogar com a bola no pé, tendo um time agrupado, com volantes de chegada à frente e velocidade pelos lados do campo. Outro retorno, o de Alex Santana, também ajuda ele fará uma ótima dupla com Leandro Vilela, aliando força e qualidade.
Mas é preciso mais. Sim, é o primeiro jogo do ano, ainda há gente para estrear, há a necessidade de melhora física (que virá durante a Taça Dionísio Filho). Mas não tem como não perceber que alguns titulares de quarta-feira eram reservas ano passado, como Júnior, Rayan e Zezinho, e outros que já eram do time principal terminaram a temporada em baixa, como Igor e Alemão. O Paraná se enfraqueceu, e certamente a diretoria está ciente disso, principalmente de olho no Campeonato Brasileiro.
Confira a tabela completa do Paranaense
Vale registrar, entretanto, que os gols que o time sofreu no primeiro tempo não foram por conta do enfraquecimento do elenco. Foram falhas mesmo. Aos 19 minutos, uma pixotada completa: Rayan tentou o chutão, Hugo se enrolou, não conseguiu mandar para fora, os dois se chocaram com Marquinhos e a bola entrou. O atacante do União tocou com a mão antes do gol, mas o árbitro Paulo Roberto Alves Júnior não viu. Aos 40, numa falta cobrada por Thiaguinho, o goleiro não saiu, a zaga não subiu e Vieira cabeceou para ampliar.
No segundo tempo, o Paraná foi superior. E a vantagem foi mais tática, mérito total de Wagner Lopes e do esquema de jogo que teve pouquíssimas variações desde que foi implantado em janeiro de 2017. Outro fator que fez o time melhorar foi o crescimento técnico de João Paulo, que comandou os ataques, criou chances e deixou Alemão (o atacante) pelo menos três vezes na cara de Marcos Paulo. Mas o goleiro do União, o melhor jogador em campo, salvou os donos da casa.
O gol paranista só veio porque o chute de Felipe Augusto desviou no meio do caminho e enganou o goleiro. A partir daí, realmente foi uma pressão tricolor, lutando contra o cansaço e contra um time totalmente dedicado a defender. A festa no Sudoeste só pôde acontecer mesmo quando o árbitro apitou, porque os visitantes tentaram até o último lance. Ao Tricolor, fica a possibilidade de evolução, mesmo com a necessidade de reforços. O problema é que a derrota tem peso grande num campeonato de tiro tão curto como o Paranaense.