“A gente conseguiu tirar o opaco da estrela do Paraná Clube”. A frase de Renatinho, ao entrar no avião que levava a delegação tricolor de Belo Horizonte a São Paulo, primeira escala da viagem até Curitiba na manhã de ontem, talvez seja a que melhor resuma a campanha da equipe na Copa do Brasil. Espécie de “cereja do bolo” da temporada, já que a prioridade máxima é o Campeonato Brasileiro da Série B, a competição serviu para reaproximar time e torcida, para trazer emoções há muito não sentidas, para comemorar vitórias que muitos não esperavam, para sair de cabeça erguida mesmo com a eliminação nas oitavas de final para o Atlético-MG.
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“Nós estamos com duas sensações. Estamos tristes, porque sabemos que poderíamos ter chegado mais longe, e ao mesmo tempo estamos orgulhosos do que fizemos na Copa do Brasil”, comentou o zagueiro e capitão Eduardo Brock. Era o mesmo que os torcedores que foram ao aeroporto Afonso Pena sentiam – mas a satisfação de ver o Paraná ser forte e voltar a encarar um gigante do futebol brasileiro levou-os a aplaudir a delegação que chegou cansada da viagem e da sequência de partidas.
A acolhida tirou sorrisos dos jogadores, que estavam ainda abatidos. O técnico Cristian de Souza ainda lamentava o gol olímpico de Otero, decisivo na construção da vitória do Galo por 2×0. “A gente poderia ter feito mais. Não poderíamos ter tomado o gol. Se o primeiro tempo termina 0x0, a história do jogo era outra”, desabafava. Era o que todos os paranistas que estavam no avião – jogadores, comissão técnica, dirigentes, torcedores – também achavam. E, naquelas situações que só o futebol é capaz de criar, o Tricolor perdeu uma chance com Robson, viu os mineiros marcarem no lance seguinte e imediatamente depois Robson acertou uma falta na trave.
Eram estes fatos que misturavam a frustração e a altivez. E outros, não ditos nos microfones mas ouvidos nas conversas. O mais forte deles – ter feito o Atlético-MG, um time com folha salarial próxima a 5 milhões de reais, ficar acuado dentro de sua própria casa, chegando a fazer cera para segurar o resultado que lhe dava a classificação.
Confira a classificação da Série B!
Se a vaga não veio, muito se conquistou nesta Copa do Brasil. “Esse grupo amadureceu demais durante a competição. Estamos muito mais fortalecidos”, disse Eduardo Brock. “A gente passou por jogos muito complicados, e eliminamos times fortes”, concordou Renatinho. Apenas nesta competição, o Paraná enfrentou três adversários da primeira divisão, e antes de ser eliminado pelo Galo, passou por Vitória e Bahia. Na soma geral, fez cinco jogos contra times da Série A, venceu três, empatou um e perdeu um. Se incluir os confrontos com Atlético e Coritiba no Paranaense, o Tricolor tem nove partidas contra rivais da elite, com quatro vitórias, dois empates e três derrotas – aproveitamento de 51,8%.
E, além do rendimento, uma postura que faz o torcedor acreditar que é possível subir para a primeira divisão. “Quando um trabalho é bem feito, o resultado vem. E o que vem sendo feito no Paraná Clube é muito bom. Se Deus quiser, vamos continuar com esse espírito e essa luta”, finalizou Brock.