Principal característica do Paraná Clube desde que o técnico Fernando Diniz chegou ao clube, o sistema ofensivo voltou a falhar ontem à noite, no empate sem gols contra o Macaé. Apesar das muitas oportunidades, o Tricolor errou em excesso e jogou fora a chance de conseguir voltar para Curitiba com mais três pontos na bagagem. Ao final do jogo, restou ao time lamentar.
“Nós fizemos tudo o que poderia ser feito. Criamos bastante, corremos, nos doamos, mas falhamos no passe final, na hora de fazer o gol. Faltou um pouco de tranquilidade e o resultado justo seria a nossa vitória pelas oportunidades que criamos. Mas o time está no caminho certo”, garantiu o lateral-esquerdo Fernandes.
No final do primeiro tempo, o atacante Danielzinho teve nos seus pés a melhor chance do Paraná, mas desperdiçou. O jogador ressaltou o maior volume de jogo contra o time carioca. “O time teve mais volume, mas infelizmente não fomos oportunistas. Tivemos as chances, mas não soubemos aproveitar’, resumiu.
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O zagueiro Luiz Felipe também lamentou as chances perdidas, mas elogiou a atuação segura da defesa, que não deu chances para o Macaé, mesmo atuando na casa do adversário. “Faltou mais calma lá na frente. Se tivéssemos mais tranquilidade, conseguiríamos sair de campo com a vitória. A defesa conseguiu fazer um jogo bem seguro e tivemos a chance de sair com a vitória”, arrematou o defensor.
“Tiki-taka” vai ganhando espaço
O dedo do técnico Fernando Diniz no estilo de jogo do Paraná vai ficando cada vez mais evidente com o passar dos jogos. Porém, ontem, diante do Macaé, a impressão é que os jogadores já assimilaram melhor a ideia do treinador. Afinal, entre a goleada por 4×1 sobre o ABC e o duelo de ontem, o comandante paranista teve uma semana cheia para trabalhar, enquanto entre as duas primeiras partidas foram apenas três dias de trabalho.
Na defesa, nenhum jogador deu chutão para se livrar da bola, e de um possível perigo. Pelo contrário. Zagueiros e laterais saíam tocando a bola com certa tranquilidade e segurança. E também pouco se viu inversão de jogo de maneira radical (foram seis no total), com a bola pulando de um lado para o outro. As jogadores sempre eram trabalhadas em busca do ataque e só mudavam de lado no campo se passassem por quase todos os meio-campistas.
Defensivamente, o Tricolor também se mostrou compacto. Com uma linha de quatro defensores e três meio-campistas, o time fechava todos os espaços entre os atletas, dificultando a troca de passes do adversário. Enquanto isso, o trio ofensivo tinha mais liberdade e mobilidade para, em velocidade, puxar o contra-ataque.
Números
Além disso, os números provam que a equipe está aprendendo a jogar na base do ‘tiki-taka’. Ontem, o Paraná teve a posse de bola em 59,3% do tempo, com 496 passes certos (92% do total) e cometeu apenas oito faltas. Em compensação, o time fez poucos lançamentos – 25 ao todo, sendo apenas dez certos, contra 53 do clube carioca, que acertou apenas 22.
Agora, o Tricolor só volta a campo na próxima terça-feira, contra o Náutico na Vila Capanema. Mais uma semana para Fernando Diniz corrigir alguns erros e aprimorar a sua filosofia de jogo, deixando o time mais perto da vitória. Ontem, bastava acertar a finalização. Foram 15 chutes no total, mas apenas dois em direção ao gol.
Reforço
Mesmo com a necessidade de contratar ainda um atacante goleador para a sequência da Série B, o Paraná confirmou ontem a contratação do goleiro Felipe Alves, de 27 anos, que defendeu o Audax sob o comando do técnico Fernando Diniz. Segundo o vice-presidente de futebol paranista, Durval Lara Ribeiro, o Vavá, a contratação foi um pedido do treinador, que quer um jogador que saiba trabalhar com os pés, característica que Marcos não tem. “O Diniz queria um goleiro para jogar com os pés e o Paraná resolveu contratar o Felipe Alves a pedido do treinador”, falou Vavá.
