Tem que ser assim, Tricolor. Com um segundo tempo perfeito, o Paraná Clube goleou o Brasil de Pelotas por 4×1 nesta terça-feira (18), se recuperou completamente no Campeonato Brasileiro da Série B e mostrou que tem condições de lutar pelo acesso. Sendo observado por Lisca, anunciado logo após a partida como novo técnico paranista, a equipe foi precisa e contou com grandes atuações de Cristovam, João Pedro e principalmente Robson, o dono da gelada noite na Vila Capanema.
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O Tricolor tinha a proposta de pressionar o tempo todo. Por isso, segundo o técnico interino Matheus Costa, a escalação de um time com mais atacantes e com jogadores fisicamente mais inteiros. Mas apesar da pressão inicial, e de uma ou outra tentativa, principalmente de média distância, foi o Brasil quem abriu o placar. Após uma falha da defesa, completada com um chute torto de Iago Maidana, Itaqui chegou chutando forte para vencer Richard.
A resposta não demorou muito. Pela direita, onde saíam as melhores jogadas do Tricolor, Jhony lançou para a área. E aí foi a defesa gaúcha que falhou, dando a bola para João Pedro, que apenas rolou para Robson marcar o gol de empate.
Era um jogo movimentado, e em partidas assim o goleiro paranista sempre trabalha. Aos 29, Rafinha apareceu livre (até porque estava impedido) e Richard fez uma defesaça. Do outro lado, era pela direita que o Tricolor chegava, com Cristovam cruzando e Robson cabeceando com perigo. Os donos da casa tinham o domínio do jogo, mas criavam poucas oportunidades.
Quando João Pedro participava, o Paraná era mais eficiente. No final do primeiro tempo, ele deixou Robson na cara do gol, mas Marcelo Pitol se antecipou e salvou o Brasil de Pelotas. E ainda houve tempo para Alemão arriscar, mas a bola bem no cantinho foi espalmada pelo goleiro.
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O Tricolor voltou com tudo – e contando com a melhor atuação de Robson desde seu retorno à Vila Capanema. Logo a três minutos ele arrematou de longe e Marcelo Pitol fez ótima defesa. João Pedro também arriscou e a bola passou perto. O gol era questão de tempo mesmo. E aos 10 minutos veio com Eduardo Brock, que virou a partida e comemorou aos berros, como se quisesse exorcizar a má fase de todo o time.
Para manter o ritmo ofensivo, Matheus Costa colocou Renatinho em campo no lugar de Minho. E o R10 (ontem R17) teve chance de marcar o terceiro, assim como Alemão. Era uma atuação bem mais próxima do que este Paraná tem potencial de apresentar. Mas havia sustos – aos 26 minutos, Itaqui cobrou falta de muito longe e quase surpreendeu Richard. E logo depois Marcinho fez um carnaval na área e Igor tirou a bola dos pés de Rodrigo Silva.
Falando em carnaval, no lance seguinte foi uma muvuca na área do Brasil. Cristovam quase marcou, depois ele e Felipe Alves se enrolaram até que enfim o lateral chutou de novo e o zagueiro Evaldo desviou com o braço. Pênalti e expulsão do jogador gaúcho. Robson cobrou e decidiu o jogo. Mas não o placar, porque aos 31 minutos Felipe Alves deixou Renatinho sozinho para tocar na saída de Pitol. Uma goleada para aliviar todas as tensões na Vila Capanema.
Quem é Lisca
Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi, o Lisca, 44 anos, tem mais de 25 anos de trabalho como treinador, entre equipes de base e futebol profissional. Fez todo o início da sua carreira no Rio Grande do Sul, seu estado natal, e por lá comandou seu primeiro clube de destaque, justamente o Brasil de Pelotas, em 2007. No Caxias, no Juventude e no Náutico, fez bons trabalhos, mas se destacou de verdade no Ceará, em 2015, quando assumiu a equipe em situação desesperadora na Segundona e conseguiu fugir do rebaixamento.
Ano passado, Lisca teve o maior desafio de sua carreira. Foi contratado pelo Internacional para comandar a equipe nas rodadas finais do Campeonato Brasileiro, mas não obteve sucesso. Acabou rebaixado e demitido, sendo substituído por Antônio Carlos Zago. Desde então, não comandou nenhuma outra equipe.
Lisca ganhou um outro apelido que virou “sobrenome de apelido”. Virou o “Lisca Doido” desde o Juventude, por conta do estilo malucão, de provocar os adversários e motivar a torcida dançando, chegando até a sair correndo com a cabeça do mascote do Ceará no dia da fuga do rebaixamento.
Ficha técnica
SÉRIE B
1º Turno – 15ª Rodada
Paraná 4×1 Brasil
Paraná Clube
Richard; Cristovam, Iago Maidana, Eduardo Brock e Igor; Jhony, Leandro Vilela, João Pedro (Zezinho) e Minho (Renatinho); Robson e Alemão (Felipe Alves).
Técnico: Matheus Costa
Brasil-RS
Marcelo Pitol; Wender, Leandro Camilo, Evaldo e Breno; Itaqui, João Afonso, Nem (Teco) e Rafinha (William Ribeiro); Marcinho e Rodrigo Silva (Gustavo Papa).
Técnico: Rogério Zimmermann
Local: Vila Capanema
Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (SP)
Assistentes: Daniel Paulo Ziolli (SP) e Ricardo Pavanelli Lanutto (SP)
Gols: Itaqui 14 e Robson 21 do 1º; Eduardo Brock 10, Robson 30 e Renatinho 31 do 2º
Cartão amarelo: Evaldo (BRA)
Cartão vermelhos: Evaldo
Renda: R$ 33.835,00
Público pagante: 2.127
Público total: 2.164