O ano de 2017 vai oferecer vários desafios para o Paraná. Ao completar dez anos de Série B, o time procura se adequar a esta realidade reestruturando seu departamento de futebol, a começar pelo técnico Wagner Lopes. Estudioso, ele traz consigo o conhecimento de sua vivência no futebol japonês, tanto como jogador, quanto como treinador e auxiliar, e aposta na disciplina e na velocidade para montar um time técnico, organizado e resistente.
Na sua concepção, o futebol precisa ser ofensivo e o jogo deve fluir com leveza. Para isso, precisa de jogadores que cumpram à risca as recomendações da comissão técnica. “Vejo o futebol de maneira ofensiva. O time tem que ser leve, compacto e sem dar espaço entre as linhas, mantendo a posse de bola”, descreveu Lopes, em entrevista à rádio Transamérica.
O treinador paranista acredita que o time precisa se apoiar em cinco pilares para obter sucesso. “Como defendo, como ataco, como são feitas as duas transições – defensivas e ofensivas – e a bola parada. Gosto muito de trabalhar essas valências e principalmente como elas se comportam durante os jogos”, explicou o treinador. Para ele, a evolução do time depende do equilíbrio entre esses cinco pilares, todos exaustivamente trabalhados durante os treinos.
Para os torcedores que pouco conhecem o trabalho de Lopes, o treinador revela que gosta muito de treinar e exige muito de seus atletas, sempre criando situações de jogo para trabalhar mais próximo da realidade que os jogadores encontrarão nas partidas. “Tudo é treinado com intensidade, controlando bem a parte física e o volume de trabalho”, disse.
Com atletas bem treinados, Wagner Lopes acredita que a execução das tarefas é mais precisa e o fator “improviso” perde espaço. “Prefiro sempre a organização ao improviso. Ela é muito mais importante. No Brasil se valoriza muito isso, o drible, mas ele nem sempre ganha jogo”, disse.
Fazer com que o atleta saiba tomar a melhor decisão é uma das especialidades do treinador. “Temos que saber como o atleta reage quando perde ou recupera uma bola. Damos ênfase nisso nos treinamentos. A decisão é sempre dele, por isso queremos jogadores inteligentes, que saibam tomar a decisão. Percepção, escolha, execução. Como ele enxerga, escolhe e executa. O que fazer e quando fazer”, disse o professor.
Para conseguir implementar seu estilo de trabalho ele aposta no apoio de toda a comissão técnica. “Sozinho não consigo nada. Preciso da união, companheirismo e comprometimento de todos”, finalizou.