Tigre no topo

Saulo, o maior jogador dos 30 anos da história do Paraná Clube

O Paraná Clube completa 30 anos de existência neste dia 19 de dezembro. São três décadas de um time, que, como o hino diz, já nasceu gigante, mas que precisou passar por muitas situações de glórias e, infelizmente, também de lutas, para conseguir chegar até aqui. Ainda assim, a equipe continua viva, batalhando por seu crescimento e encantando muitos apaixonados pelo vermelho, azul e branco que não deixarão a memória dos melhores momentos vividos se apagarem.

Para marcar a data, a Tribuna do Paraná realizou uma votação entre profissionais da imprensa esportiva curitibana para que fossem escolhidos os dez nomes mais marcantes da história do Tricolor nesse período. O ’top 10’ foi formado com um time de peso. Atletas que deixaram seu nome gravado para sempre na Vila Capanema e que sempre serão lembrados pelos feitos com o manto paranista.

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O número um da lista é simplesmente o maior artilheiro da história do clube. Saulo da Fé e Freitas, ou, o Tigre da Vila, tem nas paredes do Durival Britto e Silva uma placa que imortaliza seu feito de ter passado dos 100 gols com a camisa do Paraná Clube.

Garantindo que é uma pessoa muito feliz pelo que viveu dentro do Tricolor na nostálgica ’era de ouro’, ele cravou: “Dificilmente alguém vai quebrar esse recorde que eu tive”.

Com 104 gols, Saulo é o grande artilheiro do Tricolor e tem uma forte ligação com o clube que defendeu por cinco temporadas. Não à toa, foi eleito o maior jogador da história paranista. Foto: Felipe Rosa/Arquivo/Tribuna do Paraná

Quando o centroavante chegou ao Paraná Clube em 1991, veio consciente de que poderia crescer muito no mesmo ritmo que o time. Mineiro de São Domingos da Prata, ele teve seu início profissional no Valeriodoce, de Itabira, e apenas com 18 anos já foi vice-artilheiro do Campeonato Mineiro, o que rendeu uma contratação no Atlético-MG de Telê Santana. Depois de passar por cirurgia e perder a titularidade, ele entendeu que era hora de buscar seu espaço em outras equipes. Curiosamente, dois times rivais o disputaram. E foi assim que ele veio para o estado do Paraná.

“Tinham duas equipes que fizeram proposta, mas nos anos 90 o Paraná era financeiramente mais forte e estruturado do que o Coritiba e, por isso, vim pro Tricolor. Mas acho que tudo foi destino mesmo. Sou muito grato a tudo que o Paraná fez por mim e eu só pude retribuir com gols para dar alegria ao torcedor”, contou.

Saulo em seus tempos de jogador do Tricolor, no início dos anos 1990. Foto: Arquivo

A felicidade, aliás, é um sentimento que ele não esconde ter. De 1991 até 1996, ele viveu esse sonho de ser ídolo, ainda que nesse período tivesse, por vezes, saído por conta de alguns empréstimos. Foram 208 jogos representando o clube que o acolheu e o fez se tornar, praticamente um curitibano. Hoje, aos 52 anos, ele ainda mora aqui na capital paranaense com sua família.

“Eu sou um cara realizado e feliz, não só por eu ter sido artilheiro do Paraná. Eu sempre entrei em campo pensando em dar alegria aos torcedores e àqueles que estavam à minha volta”.

Saulo é só alegria ao vestir a camisa paranista, ao lado da placa que está na Vila Capanema pelos 100 gols pelo Tricolor. Foto: Felipe Rosa/Arquivo/Tribuna do Paraná

Mesmo sendo o dono da marca dos 104 gols assinalados, ele deixou claro que não alcançaria tamanho sucesso se não fossem os companheiros do potente esquadrão tricolor dos ’anos dourados’. “O centroavante não faz nada sozinho, ele depende dos outros. Eu sou muito feliz por ter participado daquele grupo dos anos 1990, daquelas conquistas, de um clube poderoso”, destacou o ex-atleta, dando crédito, em especial, para alguns dos seus colegas.

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“Todos foram importantes, mas os caras que jogaram pelos lados se destacaram, que foi o caso do Maurílio, do Serginho e o Adoílson, que fala sempre pra mim: ’Olha, Saulo, você comprou duas casas só com os passes que eu te coloquei na cara do gol‘”, lembrou, rindo, também enfatizando a qualidade no setor defensivo.

Defesa com unhas de Tigre

Sabendo que nos dias atuais a situação do Paraná Clube não lembra os velhos tempos, ele diz defender com ’unhas e dentes’ se alguém menosprezar a grandeza do Tricolor.

“Quando eu vejo, hoje, alguém falar ’Paranazinho’, me irrita. Não gosto que fale assim do Paraná, porque nos anos 90 o Athletico estava em baixa e não desrespeitamos. Os outros clubes ao invés de criticar tem que respeitar o que o Paraná construiu dentro do futebol paranaense”, ressaltou.

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