Ranking histórico

Paraná Clube 30 anos: os maiores jogadores da história parte 4

Última passagem de Ricardinho no Paraná foi como técnico, em 2014. Mas como jogador ele ficou marcado. Foto: Felipe Rosa/Arquivo/Tribuna do Paraná

Nesta quinta-feira (19), o Paraná Clube completa 30 anos de história. E para comemorar e relembrar a marcante trajetória do Tricolor de 1989 pra cá, a Tribuna do Paraná elegeu os 30 maiores jogadores da história paranista. Participaram da eleição 30 jornalistas que atuam ou atuaram no esporte (veja a lista e o critério de pontuação abaixo).

+ Veja quem ficou na primeira parte da lista
+ Veja quem ficou na segunda parte da lista
+ Veja quem ficou na terceira parte da lista

Nesta quinta, justamente no dia do aniversário, serão revelados os que ficaram nas cinco primeiras colocações. Entre eles, estão nomes que foram peças decisivas em conquistas de títulos, crias da base ou que lideraram o time em algum momento importante.

Confira a quarta parte dos 30 maiores:

5º – Maurílio
Maurílio fez história em todas as passagens que teve no Paraná. Foto: Rodolfo Buhrer/Arquivo/Gazeta do Povo

Revelado pelo Pinheiros, Maurílio foi uma das principais estrelas do Paraná Clube. No total, o ex-jogador vestiu a camisa paranista em quatro passagens. “Todas as minhas passagens pelo Paraná Clube foram marcantes, mas a que fomos campeões brasileiro da Série B e a que livramos o clube do rebaixamento foram as mais emocionantes”, relembra o ex-jogador.

No Tricolor, Maurílio foi campeão paranaense em 1991 e 1995, além de ter faturado o histórico título da Série B de 1992. No entanto, duas conquistas ficaram marcadas na carreira do ex-atacante: ter marcado dois gols contra o Figueirense, em 2002, no mesmo dia em que ficou sabendo que seria pai e ter livrado o clube do rebaixamento no mesmo ano.

Após ter pendurado as chuteiras em 2009, Maurílio virou técnico. Ele tem rodado por clubes de menor expressão e espera um dia poder assumir o comando do Paraná. “Desde que parei de jogar achava que o Paraná Clube seria minha primeira oportunidade como treinador, o que não aconteceu, mas é o meu grande sonho”, finalizou o craque, que será o comandante do ASA-AL na temporada de 2020.

4º – Ricardinho
Ricardinho foi revelado no Paraná, nos anos 1990, e também começou no clube a carreira como técnico. Foto: Edson Silva/Arquivo/Gazeta do Povo

Cria da base paranista, o meia Ricardinho teve uma carreira de destaque internacional, chegando à seleção brasileira. O jogador, que começou ainda criança nas quadras de futsal do time, subiu ao profissional em 1995.

“Todo menino sonha em ser profissional e vestir a camisa da seleção. Eu realizei esse sonho e esse início no Paraná me contribuiu muito. É muito importante uma formação para um menino e tive esse privilégio de ser formado tecnicamente no Paraná”, recordou ele.

Nos anos seguintes, em 1996 e 1997, escreveu de vez seu nome na história do Tricolor sendo peça fundamental da conquista dos títulos de tetra e pentacampeão paranaense. Nos jogos decisivos desses títulos estaduais, nos dois anos seguidos, balançou as redes.

“Naquela década de 1990, especificamente depois que subi ao profissional, é muito difícil apontar o momento mais marcante, pois foram anos de conquistas e o Paraná já vinha de títulos. Mas teve o gol contra o Coritiba, no Couto Pereira, em 1996, que foi o meu primeiro como profissional e até por ser na decisão do campeonato, é um dos momentos que me ficaram marcados”, acrescentou.

Depois que saiu do Paraná, passou pelo Bordeaux, Corinthians, São Paulo, Santos, Besiktas, Atlético-MG e Bahia, além de ter participado de duas Copas do Mundo com a camisa amarelinha, incluindo o pentacampeonato mundial, em 2002.

Após ‘pendurar as chuteiras’, estreou na função de técnico justamente no clube que o revelou. Foi treinador do Paraná Clube em 2012, em 30 partidas, conquistando a divisão de acesso do Paranaense, e em 2014, em 17 jogos.

3º – Régis
Régios foi eleito o maior goleiro da história paranista. Foto: Antonio Costa/Arquivo/Gazeta do Povo

Se tem uma posição em que o Paraná Clube consagrou grandes ídolos foi a de goleiro. Entre tantos nomes fortes abaixo da meta, Régis foi um que marcou uma geração. Ele, que teve passagem pela seleção brasileira, e trazia no currículo o futebol português, chegou à Vila Capanema em 1993, com então 27 anos, e por lá ficou até 1999. Nesse período, defendeu o Coritiba, em 1998, mas isso não apagou o brilho que teve com o manto paranista.

“Sem dúvida foi o time mais importante da minha carreira. Foi no Paraná Clube que tive a oportunidade de ter uma sequência e mostrar meu potencial”, apontou um dos atletas mais marcantes que ventiram a camisa 1 do Tricolor, acumulando 317 jogos e o pentacampeonato paranaense.

Além de se esticar todo para fechar o patrimônio de seu time, em uma época apontada até hoje como ‘de Ouro’, quando o arqueiro se posicionava para defender cobranças de penalidades, a esperança do torcedor paranista contava com um bom aproveitamento. Em 58 pênaltis disparados contra ele no Paraná, foram 26 defesas, mas nesse quesito, duas ‘intervenções’, em especial, se destacaram. O ano era 1999 e o Paraná Clube enfrentava o Athletico, no Couto Pereira, pela Copa Sul. Os craques Lucas e Kelly pararam nas defesas de Régis nas penalidades e o Tricolor venceu por 1×0, com o gol de Marlon. “O goleiro precisa ter seu preparo mental muito forte e eu trabalhava isso como prioridade”, revelou como seu principal segredo.

Apesar de agora atuar no ramo da construção civil e também com uma corretora de câmbio, ele não descarta totalmente uma possível volta ao Tricolor, mas em uma nova função. “Já tive o interesse em seguir na carreira de técnico e, inclusive, tenho o curso de treinador. Despertou em mim uma vontade de ajudar o Paraná Clube. Quem sabe um dia viro técnico?”, finalizou.

2º – Adoílson
Adoilson foi um verdadeiro maestro do Paraná. Foto: Arquivo

Para muitos, Adoílson foi o grande maestro da história do Paraná Clube. Não à toa que o craque é apontado como um dos maiores ídolos do Tricolor. Foram cinco temporadas com a camisa paranista, após ter se destacado no Grêmio Maringá. “O Paraná dava todas condições de trabalho e também suporte para minha família. Tinha uma grande equipe e éramos grandes amigos dentro e fora de campo. Só tenho lembranças boas e uma imensa gratidão por esse clube e por essa torcida”, ressaltou o “Bagaço”, como era conhecido.

Assim como para outros grandes ídolos, Adoílson destaca o ano de 1992 como o principal da sua carreira. “Ficou marcado por conta do título da Série B. No primeiro jogo da final em Curitiba contra o Vitória eu fiz dos gols e ganhamos de 2×1. Foi um grande passo para a conquista”, frisou.

Porém, teve outro jogo que não sai da memória do maestro. “Teve uma partida contra o Fluminense, no Rio de Janeiro, que nós ganhamos de 4×1 e eu fiz dois gols. Foi um dos melhores jogos que eu fiz”, declarou. Adoílson é o segundo maior artilheiro da história do Tricolor, com 78 gols em 241 jogos. E tem uma bola na rede que ele se recorda com carinho.

“Teve um gol que eu marquei contra o Coritiba, também em 1992, que foi inesquecível. Lembro que dediquei ao meu filho Laion, que estava fazendo um ano”, disse o Bagaço.

Atualmente, Adoílson trabalha na Secretaria de Esportes de Maringá, como coordenador do estádio Willie Davids.

1º – Saulo
Saulo, o maior artilheiro da história do Tricolor. Foto: Arquivo

Saulo foi quase uma unanimidade na lista. Não teve um que não colocou o Tigre da Vila no top-10. E não era para menos. O atacante marcou nada menos do que 104 gols com a camisa paranista, maior artilheiro da história do clube.

Sem contar a ligação que tem com o Tricolor. Saulo virou um paranista, daqueles que defende a equipe mesmo na pior fase possível. Já assumiu como técnico em momentos complicados, tentou salvar do rebaixamento. Tudo para seguir próximo ao Paraná.

E com tanto tempo de clube, seria impossível resumir a trajetória do Tigre aqui. Até por isso, o maior camisa 9 do Tricolor tem dois espaços à parte neste especial da Tribuna para os 30 anos do Paraná Clube. A primeira parte você confere aqui e a segunda parte aqui!

Quem participou: Ana Zimmermann, Ayrton Baptista, Augusto Mafuz, Carlos Bório, Carneiro Neto, Cristian Toledo, Diogo Souza, Edson Militão, Eduardo Luiz, Felipe Raicoski, Fernando Freire, Fernando Gomes, Gisele Rech, Guilherme de Paula, Guilherme Moreira, Irapitan Costa, Jairo Silva, Juliana Fontes, Luiz Ferraz, Manoel Fernandes, Marcelo Ortiz, Milton do Ó, Nadja Mauad, Otacílio Gonçalves, Ricardo Brejinski, Rodrigo Fernandes, Rogério Tavares, Serginho Prestes, Sicupira e Silvio Rauth Filho.

Regulamento: Os entrevistados listaram os nomes a partir do primeiro colocado até o décimo, respeitando a ordem de notoriedade, na opinião de cada um. A Tribuna do Paraná não forneceu nomes pré-definidos ou interferiu nas escolhas. A eleição contemplou apenas jogadores, e não técnicos.

A ‘nota’ dada para cada atleta citado foi baseada na pontuação de uma corrida de Fórmula 1. O primeiro colocado ganhou 25 pontos, o segundo 18, o terceiro 15, o quarto 12, o quinto 10, o sexto 8, o sétimo 6, o oitavo 4, o nono 2 e o décimo 1. Depois de contabilizados todos os votos, foram somados os pontos de todos os jogadores, definindo o ranking dos 30 maiores nomes do Paraná Clube.

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