Para se iniciar uma reconstrução no futebol, é preciso contar com peças que se encaixem dentro de um perfil traçado no planejamento, para evitar erros lá na frente. Em 2017, o Paraná parece ter aprendido a lição e pretende seguir à risca tudo que foi preparado no final do ano passado para colocar em prática a partir de agora.
Fora das quatro linhas, trouxe o executivo de futebol Rodrigo Pastana, conhecido por já ter conquistado vários acessos no passado. Dentro de campo, para comandar a equipe, que terá como base os garotos criados dentro do próprio clube, e jogadores não tão conhecidos por parte do torcedor, o Tricolor foi em busca de um treinador que tem características de um ’professor’, como os técnicos são chamados pelos boleiros normalmente.
“O clube tem uma filosofia, uma metodologia de trabalho, e foi em cima disso que trouxemos o Wagner (Lopes). Todo mundo sabe que ele é um treinador inteligente, tem uma capacidade excepcional de modelo de jogo, sistema de jogo, eficiência tática, e precisávamos disso. Vemos no Brasil um pouco de dificuldade de encontrar o treinador e precisávamos trazer alguém que nos ajudasse a encontrar um padrão para o Paraná Clube”, disse Pastana.
“Em parceria com o Rodrigo (Pastana) trouxemos o Wagner, que era um sonho antigo nosso já, tentamos em outras oportunidades e agora casou tudo o que nós pensávamos sobre futebol”, acrescentou o presidente Leonardo Oliveira.
Aos 47 anos, Wagner Lopes é conhecido por sua postura de análise e frieza. Características absorvidas ao longo da carreira como jogador, toda ela construída no Japão. Metódico, ele gosta de estudar. Tanto que recentemente terminou um curso na CBF, onde tirou a licença pró. Também trabalha diretamente na construção do elenco. O técnico tem um banco de dados com nomes de mais de dois mil atletas, segundo ele próprio. O perfil de reforços vai de encontro com a forma que ele quer seu time jogando.
“Fomos atrás de jogadores com vontade, com garra, determinação, que querem fazer história com a camisa do Paraná. Claro que as oportunidades de mercado vão aparecendo, a diretoria é muito atenta a isso, e com certeza estamos monitorando muita gente. Mas a prioridade é dar espaço para os meninos”, afirmou o comandante paranista.
Até aqui, o Tricolor já confirmou sete reforços: o goleiro Léo, os laterais Júnior e Igor, o zagueiro Eduardo Brock, o volante Zezinho, meia Alex Santana e o atacante Bruno Cantanhede. Jogadores, em sua maioria, jovens, mas que para o treinador não significa falta de experiência.
“Eu entendo a experiência de uma maneira diferente. Existem atletas que passaram por várias equipes, mas não trouxeram nenhum aprendizado daquilo que foi feito. Mas, às vezes, um cara de 23, 24 anos tirou lições daquilo tudo que vivenciou. Às vezes o cara tem 18 anos com uma maturidade muito grande e ele terá aquela reação que esperamos após as partidas”, explicou.