Os torcedores do Paraná Clube têm todo o direito de estarem eufóricos. A arrancada da equipe na Série B, que superou até os mais inacreditáveis problemas internos, colocam o time como candidato real ao acesso pra primeira divisão – não só pela entrada recente no G4, mas principalmente pelo futebol que o Tricolor vem apresentando. Acreditar na volta à elite do nosso futebol é uma realidade que tem que ser vivida pela galera. Mas, ao mesmo tempo, os “chatos” dizem para todo mundo manter os pés no chão. E não está errado.
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É verdade que nunca o Paraná esteve tão perto de subir desde que foi rebaixado. Talvez tenhamos visto times melhores ou com pontuação melhor ou com mais potencial. Mas neste 2017 há uma conjunção de fatores que não se viu em temporadas anteriores. Há um grupo de jogadores que vem demonstrando engajamento na causa do clube. Você sente verdade quando eles dizem que querem ver o Tricolor na Série A. Provavelmente muitos deixarão a equipe ao final do ano, mas é nítido o interesse em ajudar, em lutar até a última rodada para conseguir o acesso.
Esse grupo tem talentos individuais diferentes. Renatinho, claro, é o exemplo mais visível. Além do bom futebol, o camisa 10 da Vila passou a ser decisivo. O gol contra o Londrina demonstrou isso – quando o empate se mostrava o resultado definido, veio o R10 e tirou um coelho da cartola para dar a vitória e o G4 ao Paraná Clube. Mas Richard vive grande fase, Leandro Vilela evolui a cada rodada, Vítor Feijão virou o “iluminado” João Pedro e Alemão estão melhorando de rendimento. E ainda há a volta de Guilherme Biteco para o mês que vem.
Há também um trabalho mais correto no departamento de futebol. No início do ano, quando conversei com um dos atuais dirigentes, ele me explicou que uma das exigências para que a mudança ocorresse era que ex-cartolas, que adoravam rondar o vestiário e se aliar com empresários, fossem deixados bem longe. “Não podem chegar nem no viaduto”, foi o pedido. Aconteceu, e se Rodrigo Pastana teve autonomia (em alguns casos até demais), o resultado até agora é extremamente positivo – ainda mais se lembrarmos que o dinheiro nunca esteve tão curto.
A diretoria também faz um trabalho bem mais consciente neste ano. Aquele espírito de arquibancada, tão interessante para motivar o torcedor, não se encaixa nas decisões estratégicas do Tricolor. Tem horas em que é preciso ter cabeça no lugar. E a saída de Lisca mostrou que o comando paranista está com a cabeça no lugar.
Veja a classificação completa da Série B!
A torcida acredita nesse time. Desde o Campeonato Paranaense ficou claro que a galera está apostando na garotada. E vitórias na Copa do Brasil, na Primeira Liga e também na Série B tiveram a participação decisiva do povão. Em resumo, está tudo convergindo para a volta do Paraná para a Série A.
E é por isso que é hora de pés no chão. Saber que tudo está indo muito bem é a prova de que o trabalho está sendo bem feito. E apenas o trabalho – redobrado, se for preciso – vai realmente levar o Paraná ao seu objetivo. Portanto, empenho, pés no chão, cabeça no lugar. E muito apoio da torcida tricolor.