O Paraná vai apostar tudo nas suas categorias de base na próxima temporada. Depois de um ano vitorioso em diversas competições, a nova safra de talentos promete suprir o time profissional com bons valores técnicos e projetar para o futuro um considerável retorno financeiro dos investimentos feitos ao longo de toda a fase de formação dos novos jogadores.

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Desde que o atacante Kelvin surgiu, em 2010, sendo vendido ao Porto, de Portugal, no ano seguinte, o time não consegue emplacar um jogador no mercado das grandes equipes. O zagueiro Alisson, que hoje compõe a zaga paranista, foi o que mais chegou perto quando atuou emprestado pelo Botafogo.

Antes, porém, apenas Giuliano e Everton atingiram patamares técnicos e financeiros relevantes. Na época o primeiro se transferiu para o Internacional (depois Dnipro Dnipropetrovsk, da Ucrânia, Grêmio e Zenit, da Rùssia), e o segundo seguiu para Flamengo, Tigres-MEX, Botafogo e Atlético.

Neste ano o time teve bons resultados no desenvolvimento de suas jovens promessas, além de conquistar títulos que há tempos não conquistava. O mais importante foi o Paranaense sub-17, até então última categoria de formação, já que o time sub-19 não participou de nenhum torneio em 2016. Na Taça BH, para atletas sub-20, o Tricolor teve o melhor resultado entre os paranaenses, mesmo usando jogadores sub-17.

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As conquistas revelaram jogadores como o lateral-direito Birigui, o esquerdo Gabriel Pires, o zagueiro William, o volante Gabriel Furtado, o meia Alesson e os atacantes Paulo Bessa e Rafael Furtado.

“A base não tem que ser preparar só para ser campeã, mas sim para formar atletas. No entanto, se você tem gente qualificada, consegue chegar numa final e ser campeão. Esses atletas tem um potencial muito grande”, elogia Mathias Lammers, coordenador das categorias de base do Paraná.

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O trabalho de Lammers em 2017 receberá a ajuda de Tcheco, contratado como gerente de futebol, e que será responsável também pela transição de atletas da base para o time de cima. “A presença dele será muito importante nisso. Poderá observar quais os atletas estão preparados para subir e ajudar a suprir eventuais carências que tivermos. Não precisamos buscar reforços fora, se os de casa puderem ajudar”, explicou.

Lammers reitera que todo cuidado será pouco para evitar que jogadores queimem etapas. Para ele, os piás da base não podem ter a responsabilidade de resolver problemas, mas sim de buscarem seus espaços aos poucos. “Não podem ser a primeira opção de maneira forçada, mas precisam participar. Mostrando qualidade, podem naturalmente ser tornar imprescindíveis”, disse.

A chance que alguns dos jogadores receberam no final da Série B já “quebraram o gelo” de uma eventual estreia. No entanto, alguns deles terão mais uma oportunidade para mostrar serviço e ganhar de vez a confiança da nova comissão técnica, afinal indicação nenhuma supera uma boa atuação em campo. Vários desses jogadores estarão representando o Paraná na Copa SP de juniores, em janeiro.

Características

O coordenador paranista descreveu as características de alguns dos jogadores apontados como promessa para o próximo ano. Embora tenha reforçado o discurso da coletividade, Lammers deu algumas dicas para animar o torcedor. “O Alesson é um meia muito habilidoso, que arme bem as jogadas e chega muito próximo da área. Ainda precisa trabalhar a finalização, mas temos tempo para fazer isso. Ele tem muito potencial”, explicou.

Lammers elogiou ainda o volante Gabriel Furtado – “muito forte, com presença em campo e boa marcação” – William – “Zagueiro nascido em 2000 que tem muita qualidade quando sai jogando” – e Gabriel – “lateral-esquerdo habilidoso que vem muito bem para a meia”.

“As chances vão depender da necessidade do grupo e decisão do treinador, mas o caminho é esse. Não dá para esperar solução imediata de problemas, mas com a oportunidade certa eles poderão ajudar muito o Paraná”, avaliou o diretor.

Neste ano os trabalhos do time profissional e das categorias sub-19 e sub-17 serão realizados no mesmo espaço, o Ninho da Gralha, o que deve afinar ainda mais a troca de informações entre as comissões técnicas. “Essa aproximação será decisiva. Vão treinar no mesmo período e isso será ótimo para o Wagner (Lopes, treinador)”, finalizou Lammers.