O Paraná Clube teve quatro treinadores ao longo da temporada e foi justamente o último, que garantiu o acesso à Série A, com as raízes mais íntimas com o Tricolor. Torcedor do clube na infância, daqueles que vão com a família à Vila Capanema para empurrar o time, Matheus Costa entra para a história como o homem que acabou com o sofrimento de dez anos na Segundona.
“O destino quis meu primeiro clube profissional fosse o meu time de infância, embora já tenha trabalhado em outros clubes e também tenha carinho por eles. E ainda tive a oportunidade de conquistar este acesso tão importante para o clube”, comemorou.
Com apenas 30 anos de idade, o que o concede o título de treinador dos campeonatos da Série B e da Série A, Costa afirma que não projetava o posto no início da temporada e que foi um caminho natural. “Nunca fiquei pensando em ser o treinador. As oportunidades foram aparecendo, eu sabia da responsabilidade e fui assumindo”. Na jornada, ele reconhece a importância do apoio do grupo.
“Obviamente, nada se faz sozinho. Com a ajuda da minha comissão técnica, do clube e deste elenco maravilhoso, a gente teve esta conquista, também com mérito ao torcedor que nos ajudou desde o início da temporada”.
O alívio da conquista, no entanto, não apaga os momentos de ansiedade que o time passou, especialmente nos jogos em que os resultados não foram tão bons quanto o esperado. “Trabalhar em clube grande traz responsabilidade grande. Mas a gente sempre teve convicção do que fez e que de uma forma natural conquistaríamos este acesso”, assegura.
Talvez a confiança do jovem treinador tenha vindo do conhecimento profundo do trabalho que vinha sendo realizado. “Me apresentei no início da pré-temporada e trabalhei com todos os treinadores, cada um com sua metodologia. Ao longo dos trabalhos, também fui conhecendo o elenco, de modo que quando tive a oportunidade já me sentia preparado”.
Sobre o futuro, Matheus Costa ainda não acertou a sua permanência no comando técnico, pois antes estava focado na conquista da vaga na Série A. “Tivemos algumas conversas antes e algumas sondagens também. Com o acesso garantido, a gente pode voltar a conversar”.
Trajetória
Com passagens pelas comissões técnicas de Atlético, Coritiba e Internacional, Matheus Costa iniciou seu trabalho no Paraná Clube nesta temporada ao lado de Wagner Lopes. Seguiu como auxiliar de Cristian de Souza, e teve seu primeiro jogo no banco de reservas na derrota por 3×2 para o Vila, quando o então treinador teve que cumprir suspensão automática. Quando Cristian saiu, ele passou a ser o braço direito de Lisca. Antes, comandou interinamente o time na vitória sobre o Brasil de Pelotas por 4×1.
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Mas os dois se desentenderam, e a diretoria tricolor decidiu demitir o “Doido” e efetivar Matheus como treinador, com o apoio dos jogadores. “Estávamos fechados com ele”, resume o goleiro Marcos. Estreou “pra valer” contra o Atlético-MG, na semifinal da Primeira Liga, e depois liderou o Paraná na arrancada até o acesso. Ao todo, ele comandou o time em 18 partidas, com 10 vitórias, dois empates e seis derrotas, aproveitamento de 59,26%.