Um dos maiores ídolos da história do Paraná, o goleiro Marcos vai passar o ano novo sem contrato com o Tricolor. Embora esteja apalavrado com a diretoria e dela tenha recebido a promessa de um novo vínculo, o documento ainda não foi assinado e a situação cria certa apreensão no torcedor paranista. Em 2017 Marcão deve anunciar sua aposentadoria do futebol profissional, quando completará 41 anos.
O departamento de futebol do Paraná passa por uma ampla reestruturação e, seguindo as recomendações da presidência, o novo diretor Rodrigo Pastana implementou uma nova filosofia de trabalho e também teto salarial diferenciado. Vários jogadores que recebiam mais que este teto estão sendo emprestados ou mesmo tendo seus contratos ainda vigentes rescindidos.
E é justamente aí que mora a preocupação em relação ao futuro do goleiro no Tricolor. O arqueiro disse a amigos próximos que não está apreensivo em relação ao suspense que se criou com a demora para sua renovação de contrato. “Ele está na expectativa pela renovação e bastante confiante em um bom ano em 2017. Está confiante e muito motivado”, garantiu uma pessoa ligada a ele. O goleiro preferiu não dar entrevista enquanto não assinar sua renovação.
Marcos foi um dos jogadores que mais esteve em campo em 2016: 50 jogos. Apesar de a temporada paranista não ter sido mais uma vez das melhores, o desempenho do camisa 1 se manteve regular. Aliás, é essa segurança que conta a favor da continuidade de Marcos, não só como integrante do elenco, mas também como titular por mais uma temporada.
De volta à Vila Capanema desde 2013, Marcos tem encarado mais desafios do que comemorado bons resultados no Paraná. Aceitou uma drástica redução salarial, se considerados os padrões europeus, para voltar a atuar em Curitiba após dez anos na Europa, especificamente em Portugal. Após algumas lesões, encarou com humildade a reserva do garoto Luiz Carlos, ainda em 2013, e com paciência a sua titularidade.
Além dos resultados em campo, o jogador tem atuação decisiva e ímpar nos bastidores. Não são solitários os relatos das boas ações do goleiro. Ele já chegou a tirar dinheiro do próprio bolso mais de uma vez para ajudar os mais jovens jogadores e também funcionários em tempos de crises e atrasos salariais.
A reportagem da Tribuna procurou o diretor Rodrigo Pastana para falar sobre a situação de Marcos, mas não obteve retorno. Enquanto despista sobre o assunto, a diretoria segue a reformulação do grupo.
Os reservas imediatos do goleiro, por exemplo, tiveram seus vínculos interrompidos. Em acordo com a diretoria, Murilo Prates e Wendell Péricles deixaram o Tricolor nas últimas semanas. Por outro lado, o goleiro Léo, do São Paulo, foi contratado para compor o grupo. Outros jogadores com salários mais altos, como Lúcio Flávio e Nadson já foram liberados, assim como o meia Válber, que seguirá o mesmo caminho.
