Como os diretores do Paraná Clube se sentiram vendo mais uma atuação ruim do Paraná? Como viram a equipe toda desarrumada, sendo derrotada na terça-feira (4) por um time comum como o Luverdense – e mesmo assim, por 3×2, com chances até de empatar? Será que lembraram que é a quinta partida seguida sem somar um pontinho sequer? Será que eles pensam no tanto de erros cometidos, que desaguaram nos sete gols sofridos nas últimas duas partidas da Série B do Campeonato Brasileiro? E será que eles imaginam o que o torcedor paranista anda sofrendo?

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A situação do Tricolor só não é desesperadora porque os adversários na luta para fugir do rebaixamento para a terceira divisão são piores – Oeste, Bragantino, Tupi, Joinville e Sampaio Corrêa também não vencem, e assim a diferença para a ZR continua de seis pontos e a 15ª colocação não foi mudada após a rodada da Segundona. Mas será que a diretoria lembra que os planos eram bem diferentes? Que a conversa era de subir?

Confira a classificação da Série B!

Já é possível dizer que mais um ano o Paraná Clube enganou seu torcedor. No início do ano, o então homem-forte do futebol, Durval Lara Ribeiro, disse que o elenco era para ser campeão paranaense e que era forte o suficiente para o acesso à primeira divisão. Não fosse o trabalho de Claudinei Oliveira e talvez o time nem chegasse à semifinal do Estadual (eliminado nos pênaltis pelo Atlético) e não tivesse uma campanha razoável na Série B.

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Mas Claudinei caiu, e hoje está a caminho da primeira divisão com o Avaí. As trocas de técnico, por Marcelo Martelotte e depois por Roberto Fernandes, só fizeram o time sofrer. Ontem, foi de dar nos nervos. Bob mudou o esquema tático e trocou cinco jogadores. “Entramos para não sofrer gols”, disse o zagueiro Leandro Silva após a derrota para o Luverdense. Mas a equipe estava tão perdida que tomou três, dois deles de atacantes no meio do trio de defensores do Tricolor.

Veja como foi a partida no Tempo Real da Tribuna!

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E depois do jogo Bob ainda disse que é preciso treinar para melhorar. Mesmo assim mudou tudo no time com apenas um treino. Cadê a diretoria para alertar sobre essas incoerências? Falar em evolução chega a ser uma maldade para a galera que ficou à noite acompanhando a partida.

Um time nervoso com um técnico desesperado à beira do campo. Um sofrimento para quem assistia – para o analista, duro de assistir; para o torcedor, um sofrimento terrível. A derrota continuou escancarando os defeitos do Tricolor. O principal deles é a falta de convicção da diretoria. Nem se fala mais em planejamento, mas claramente não se sabe para onde ir. Enquanto isso, enquanto roda no mesmo lugar, o Paraná Clube vai em 2017 para o décimo ano seguido de Série B.

A partida

A derrota do Paraná Clube começou a ser desenhada antes do apito inicial. O técnico Roberto Fernandes montou o time em um 3-5-2 que nunca foi testado, e o resultado foi trágico. O mais incrível é que mesmo assim era possível pelo menos empatar, e ainda há uma razão para sair na bronca.

Entrando já nesse assunto, o árbitro João Batista de Arruda não marcou um pênalti claro de Everton, que tocou com a mão na bola dentro da área. Talvez perdidos por nem entenderem o que estava acontecendo em campo, os jogadores pouco reclamaram.

Quem reclamou muito foi Marcos, que viu a defesa com três zagueiros fazer água no primeiro tempo. Em duas jogadas de Moacir pela esquerda em cima de Rafael Carioca (“O início da partida dele foi realmente assustador”, disse Bob Fernandes, com toda a sutileza que Deus lhe deu), Alfredo marcou duas vezes – uma errando o chute e enganando o goleiro paranista, outra acertando uma boa cabeçada no cruzamento que Pitty não conseguiu cortar.

Lúcio Flávio ainda deu esperanças ao cabecear com qualidade um cruzamento de Carioca ainda na etapa inicial, mas Sérgio Mota marcou o terceiro dos donos da casa logo na volta do intervalo. O Tricolor teve chances nos dois tempos, fez o segundo com Nadson cobrando pênalti (sofrido por Diego Tavares), mas a ineficiência ofensiva e o naufrágio defensivo cobraram a conta. E Roberto Fernandes colaborou bastante para isso.