Aos trancos e barrancos, e muito também pela incompetência dos times que estão afundados na zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro, o técnico Roberto Fernandes conseguiu cumprir seu objetivo de manter o Paraná Clube na segunda divisão em 2017. Apesar do aproveitamento ruim, com duas vitórias e quatro derrotas, o comandante paranista, depois da goleada por 4×1 sobre o Bragantino, na última sexta-feira, na Vila Capanema, provou que pelo menos com os jogadores está com moral e aproveitou para vender seu peixe de olho em uma futura renovação com o Tricolor para a próxima temporada.

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Quando o duelo diante do clube paulista estava empatado e o adversário já tinha criado duas boas chances de virar o jogo, o atacante Lúcio Flávio desencantou, fez o segundo gol, deu mais tranquilidade ao Paraná e todo o grupo de jogadores foi comemorar com o técnico. O treinador, que nos últimos tempos não conseguiu emplacar grandes trabalhos por onde passou e ficou distante de times da Série A, revelou que teve uma conversa com um dos jogadores do elenco e foi bastante elogiado.

“Isso aí é um reconhecimento de trabalho. Tive, durante a semana, uma conversa com um jogador e esse jogador que me procurou para conversar. Ele falou que no futebol tem algumas coisas que realmente não se explicam, que ele tinha bastante tempo de Paraná, vários treinadores e não justificava eu não estar na Série A. Não vou subir no pedestal e nem jogar confete na minha cabeça. Tenho os pés no chão, mas tenho consciência daquilo que a gente faz no dia a dia”, contou Roberto Fernandes, que elogiou bastante o comprometimento do grupo.

“Estou em um grupo onde apenas três jogadores já haviam trabalhado comigo antes. Um grupo de 36 jogadores e todos acreditam e confiam no meu trabalho, todos estão comprometidos com o trabalho. Isso, porém, não significa que vamos ganhar todos os jogos daqui para frente, mas é o trabalho do dia a dia”, acrescentou.

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O comandante paranista ficou marcado por declarações polêmicas e sua forma mais dura de cobrar os jogadores, principalmente na sua primeira passagem pelo futebol paranaense quando comandou o Atlético, em 2008. O treinador, no entanto, afirmou que as cobranças são feitas nos momentos certos, assim como os elogios e os incentivos.

“Muitas vezes as pessoas confundem minha cobrança com os atletas, que é um cara que não tem compaixão, que só critica. Mas o dia a dia do trabalho não é esse. A gente procura cobrar na hora que tem que cobrar, mas procura incentivar no momento que tem que incentivar e elogiar quando tem que elogiar. Mas acima de tudo a gente procura corrigir o erro. Acho que com a sequência do trabalho alguns tabus e desconfianças vão sendo diluídos, não só com a questão de resultados, mas a questão daquilo que se começa a ver”, concluiu ele.

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O desempenho do técnico até agora é de apenas 33% e, nas últimas semanas, Roberto Fernandes justificou esse aproveitamento abaixo do esperado graças aos quatro jogos que teve que fazer fora de casa dos seis em que comandou o Tricolor até agora. Com contrato acabando ao final da Série B, ele terá a chance de garantir uma renovação se conseguir, nas cinco partidas restantes, um bom aproveitamento à frente do time.