Revelado nas categorias de base do Paraná, o meia Lúcio Flávio atinge uma marca importante com a camisa azul, vermelha e branca hoje, às 19h30, diante do Foz. O jogador completará duas marcas: 300 jogos pelo Tricolor e 800 partidas como profissional.

continua após a publicidade

O fato, ainda mais nos dias atuais, é raro. Em um mundo futebolístico em que os atletas vem e vão com muita frequência, a representatividade é grande. “Fico feliz de chegar a esse momento, é para ser comemorado. Fui formado aqui dentro, tivemos anos de glória e tento dar alguma contribuição desde minha volta”, comentou o camisa 10.

A noite será ainda mais especial pela presença de seu avô Honório, de 89 anos, que não quer perder esse momento histórico. “Ele não vai há anos aos jogos e vai estar hoje na Vila. Uma pessoa que me incentivou bastante, ajudou nessa caminhada e atingir isso com ele ao lado é muito bacana. Outros familiares pediram ingresso e tem essa possibilidade de unir toda a família no estádio. É algo raro”, comemorou.

A diretoria paranista, mesmo mantendo o preço de R$ 50,00 (mais barato), espera um bom público. Ontem, o clube divulgou uma promoção aos associados, que irão concorrer a brindes autografados pelo atleta, além de alguns kits dos patrocinadores. Os sorteios serão realizados e divulgados no dia posterior às partidas (Foz e Coritiba), no site oficial e nas redes sociais do Paraná Clube. Por isso, a esperança é de que a Vila esteja colorida, diferente das partidas anteriores. “É o que nós esperamos. Ver o maior público possível. Temos a expectativa de ter o torcedor ao nosso lado, ainda mais com a conotação que tem esse jogo”, espera o jogador.

continua após a publicidade

Com o momento delicado fora de campo, com salários atrasados e guerra política nos bastidores, é justamente Lúcio Flávio quem tenta amenizar o impacto no campo, dando a receita. “Algo que me chama atenção nesse grupo é que não estamos sendo atingidos. Isso não nos compete e temos que aguardar o que vão definir. Se fizermos bem nosso papel, vamos contribuir para melhorar as condições”, completou.

Trajetória dentro de campo

continua após a publicidade

Foi em 1997 que Lúcio Flávio subiu para o profissional e deu os primeiros passos na carreira. Sua estreia, entretanto, demorou – no dia 28 de janeiro de 1998, na vitória por 3×1 diante do Francisco Beltrão, na Vila Capanema, pelo Paranaense. O atleta, que começou no banco de reservas, entrou na segunda etapa.

Já como titular, a estreia ocorreu no dia 1º de fevereiro, no empate por 2×2 com o Coritiba, no Couto Pereira. O primeiro gol aconteceu no clássico diante do Atlético, no Pinheirão, duas rodadas depois, no dia 8 de fevereiro, em nova igualdade de 2×2. No ano seguinte, 1999, Lúcio Flávio já era titular absoluto e viveu duas dores difíceis de assimilar.

O Paraná chegou às finais do Estadual, em três jogos contra o Coritiba (0x1, 2×2, 2×2) e perdeu o título no Pinheirão. A derrota na primeira partida foi a única derrota durante toda a competição. No mesmo ano, o Tricolor também perdeu a Copa Sul, no Pinheirão abarrotado de paranistas, no revés por 1×0 para o Grêmio. No mesmo ano, o clube acabou rebaixado para a Série B, na média de pontos de 1998 e 99.

“Não tive participação direta no rebaixamento, mas acompanhei de longe (o atleta foi emprestado ao Internacional no segundo semestre). Não foi um ano difícil, até por termos chegado a duas decisões. Mas, claro, fica aquela sensação da perda dos títulos”, relembra o capitão tricolor.

A redenção veio no ano seguinte. A polêmica Copa João Havelange manteve o Paraná fora da Série A, mas após a chegada do técnico Geninho, o time se encaixou e conquistou o Módulo Amarelo contra o São Caetano, no Parque Antártica, por 3×1. “Com cinco ou seis jogadores experientes, al&e,acute;m de alguns da base, tivemos um time forte e subimos para a elite”, afirma Lúcio Flávio.

Após eliminar o Goiás, o Tricolor encarou o Vasco, que seria o campeão brasileiro depois. Nas quartas de final, a equipe perdeu por 3×1 em São Januário, em um jogo polêmico pela penalidade inexistente marcada para o time carioca. Na volta, no Couto Pereira, vitória paranista por 1×0, que foi insuficiente para passar.

Números

Na frente de Lúcio Flávio, apenas três jogadores atuaram mais na história do Tricolor: o zagueiro Ageu (346), o volante Hélcio (326) e o goleiro Régis (317). Ele acredita que pode bater essa marca ainda em 2015. “Se a gente tiver êxito no Estadual e na Copa do Brasil, posso até alcançar neste ano”, garantiu. (GM)