Abriu o jogo

Jogador do Paraná Clube relembra passado ‘pesado’ com prisão e drogas e se emociona

Guilherme Santos chegou a se emocionar em entrevista coletiva. Foto: Hamilton Bruschz.

Dias antes do clássico entre Paraná Clube e Coritiba, que será realizado neste sábado, às 16h30, na Vila Capanema, o lateral-esquerdo do Tricolor, Guilherme Santos, se emocionou ao falar de seu passado e como um jogo tão importante o faz relembrar sua história de superação. O jogador, que teve problemas com drogas e chegou a ser preso por um período, chorou diante da imprensa, mas se descreveu como uma pessoa muito agradecida e feliz por estar tendo uma nova chance em sua carreira no time paranista.

O atleta de 31 anos, que chegou à Vila Capanema no início desta temporada, concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (1º), para falar sobre o Paratiba, mas, ao responder perguntas sobre a vida pessoal, acabou se emocionando e revelando que teve um passado o qual lamenta.

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“Cheguei a ter depressão, me senti pra trás. Passei por problemas com drogas, prisão, fiquei com problemas na comunidade onde morava, que era um lugar muito difícil. Eu não tinha maturidade de homem e quando eu abri o olho eu já tinha 30 anos e desperdicei muitas coisas”, revelou, com lágrimas nos olhos.

Natural de Jequié, na Bahia, o atleta iniciou sua trajetória profissional no Vasco e teve momentos de auge, quando jogou na Espanha – ele vestiu as camisas do Almería e Valladolíd. O lateral contou que chegou a fazer marcação cerrada em jogadores estrelados como Messi e Cristiano Ronaldo. O atleta também passou por Atlético-MG e Fluminense, mas viu sua carreira ser interrompida quando, em uma batida policial em sua comunidade, foi apreendido com ‘amigos’ que estavam com drogas.

Guilherme Santos abriu o jogo em entrevista.. Foto: Hamilton Bruschz.
Guilherme Santos abriu o jogo em entrevista.. Foto: Hamilton Bruschz.

Justamente por ter tido essas experiências marcantes e hoje se sentir muito maduro e evoluído, ele tenta, na prática, passar aos jovens companheiros bons exemplos. Guilherme Santos comentou que não gosta de dar ‘sermões’, mas tenta ser amigo dos mais novos para guia-los ao caminho certo.

“Perdi muito tempo na minha vida porque futebol é até uns 35 anos no máximo e quando vi já estava com 30. Vejo moleques com oportunidade de fazer tudo diferente. Cada um tem sua história e tento passar para eles tudo isso”, relatou. O lateral disse que carrega muitos arrependimentos por saber que se tivesse ido pelos ‘caminhos certos’ teria chegado muito longe em sua carreira.

“O Muricy Ramalho e o Branco falaram de mim no programa Bem Amigos (SporTV) como um substituto de Marcelo na seleção brasileira. Lembrar de tudo isso me dá ‘uma coisa’ por não ter aprendido antes a não cometer os erros”, lamentou, já emendando um outro sentimento capaz de deixar a tristeza para trás.

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“Falar da semana do clássico é uma oportunidade para todos nós. Do meu passado ficou tudo isso e tento me libertar, mas sempre que toco me emociono, abri os olhos tarde, mas hoje sinto muito feliz no Paraná pela oportunidade”, completou. Mesmo que por muitas vezes seja cobrado pelo torcedor paranista, o atleta garantiu que se sente motivado mesmo diante de críticas.

“É uma sensação de alegria ver as pessoas comentando sobre mim e até mesmo me cobrando, porque isso significa que elas confiam que eu posso dar mais. Apesar de estar na casa dos 31 e quase 32, posso dar em campo assim como quando tinha 20 anos. Quero dar a volta por cima”, arrematou.

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