Crise não joga

Greve afeta treinos, mas Tricolor promete não levar problemas pro campo

Há muita discussão sobre a influência em campo da crise financeira que o Paraná Clube vive. Para alguns, não pode afetar em nada, porque quando a bola rola nada importa. Para outros, o impacto é total, pois desarruma a vida de cada atleta, treinador, funcionário. Quem melhor definiu foi um craque de bola, Serginho Prestes, hoje comentarista. Segundo o “Cabeção”, a influência da falta de salários e de estrutura se manifesta durante a semana, nos treinos, no dia-a-dia. Na hora do jogo, o jogador faz tudo para vencer – até porque pode ser o único caminho para a recuperação do clube.

É bem isso que o Paraná vive, a dois dias da partida contra o Maringá – domingo, às 16h, no Willie Davids, com transmissão da RPC. O atraso de salário dos funcionários afetou diretamente a preparação planejada por Luciano Gusso. O que seria uma semana cheia no final das contas teve acidentes de percurso. “O que estávamos planejando era aproveitar ao máximo esse período, mas infelizmente não aconteceu”, admite o treinador, que perdeu duas sessões de treino por conta das dificuldades financeiras – com meses de atraso, as cozinheiras do clube não foram trabalhar e com isso não foi possível trabalhar em dois períodos no CT Racco.

Apenas ontem isso aconteceu. Com um acordo costurado pela diretoria, a equipe da cozinha voltou aos trabalhos e os jogadores puderam almoçar no CT e treinar durante todo o dia. “A gente precisa hoje de descanso e de boa alimentação”, comenta Gusso, festejando também a possibilidade de concentrar o elenco para a partida contra o Maringá. “Além de tudo, ainda poderemos ficar juntos. Nesse momento, é importante estarmos todos unidos, porque talvez as pessoas não percebam que a situação é muito complicada”.

O treinador e os jogadores (e mais ainda os funcionários) são os elos mais fracos da história. Quem tem mais recursos vai levando a vida, mesmo que tenha que fazer adaptações em seu cotidiano. Mas e quem não tem? Quem recebe pouco? Ou, melhor, quem não recebe? É essa a preocupação de quem vive o dia-a-dia tricolor. Quem tem esposa, filhos, pais que precisam de apoio? Quem tem que gastar os últimos trocados para colocar combustível no carro e seguir para o treino? “Só nós sabemos o que a gente passa no dia a dia. Não somente das dificuldades, mas até mesmo do próprio lado psicológico.

Não é nada fácil”, confessa Gusso. “O que temos de mais forte aqui é a dedicação. Todos treinam muito, estão focados e querem ajudar o Paraná. Os mais veteranos, como o Marcos e o Lúcio Flávio são importantíssimos nisso, eles dão equilíbrio para o grupo”, elogia o treinador, que finaliza pedindo compreensão e apoio. “O torcedor sabe qual é a situação do clube. E eles estarão ao nosso lado”.

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