Vila, tá na hora?

Governo Federal pode deixar a Vila pro Paraná Clube

Mesmo juridicamente vitoriosa, a União acena positivamente para um acordo político com o Paraná envolvendo a questão da posse da Vila Capanema. Em troca da permanência do clube no Durival Britto, o governo federal aceitaria receber outro terreno de posse do Tricolor, ainda não definido, na forma de permuta.

“Há a possibilidade de que seja firmado um contrato de permuta entre a União e o Paraná Clube. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) aguarda a formalização de propostas para a realização deste contrato”, afirma a nota oficial enviada à reportagem pela assessoria de imprensa da SPU.

A estratégia já havia sido revelada em março deste ano pelo vereador Tiago Gevert (PSC). Torcedor paranista, o político participa da ofensiva do clube na busca por um acordo político na questão da Vila. “A gente está negociando esta permuta”, revelou o vereador na ocasião.

Na última quarta-feira (13), Gevert esteve em Brasília ao lado do presidente do clube, Leonardo de Oliveira. Eles se reuniram com o líder do governo interino na Câmara dos Deputados, André Nunes (PSC), e com o Secretário de Patrimônio da União, Guilherme Estrada.

Via assessoria de imprensa, Leonardo Oliveira afirma que ainda é muito cedo para se falar em um acordo envolvendo permuta com a União, dizendo que a visita à Capital Federal serviu para o clube iniciar um diálogo e demonstrar seus interesses na questão.

Além da Vila, os atuais patrimônios do Paraná são a sede social da Kennedy, colocada à venda em outubro do ano passado; a Vila Olímpica do Boqueirão, que foi leiloada em 2015 por dívidas com ex-funcionários, mas teve o arremate cancelado; e o CT Ninho da Gralha, em Quatro Barras, que chegou a ser envolvido em pendências judicias com a BASE, antiga parceira do clube, e com o empresário Leo Rabello, do caso Thiago Neves.

Entenda o caso

Um breve resumo da trajetória jurídica do Durival Britto e Silva:

Ação

Em 1978 a Rede Ferroviária Federal pede a reintegração da posse do terreno da Vila, pois entende que o nascimento do Colorado, em 71, [fusão do Ferroviário, do Britânia e do Palestra Itália] interrompeu a relação entre o local e o extinto Ferroviário.

Vitória

A Justiça Estadual do Paraná julga, em 2003, improcedente a ação da Rede e declara que o Paraná possuía o domínio e a posse da área.

Reviravolta

A Rede Ferroviária entra em liquidação e o presidente Lula decide, via medida provisória, integrar todo o patrimônio da RFFSA à União.

Derrota

Em março de 2012, a Justiça Federal decide que o estádio é patrimônio da União e determina a desocupação do imóvel. O clube recorre no Tribunal Regional Federal.

Fim?

O Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (TRF-4) dá o veredito em favor da União e afirma que cabe ao Tricolor somente receber indenização pelas benfeitorias feitas no estádio desde 1971, ano da criação do Colorado.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna