Afinação!

Garotada do Paraná mostra maturidade para chegar à liderança

Renatinho, com apenas 25 anos, é um dos mais experientes do Paraná. Foto: Daniel Castellano

Enfrente um adversário com média de idade de quase cinco anos a mais que o seu time. Que tenha sete jogadores titulares da temporada passada. Que seja taticamente bem organizado. Que obrigue o seu time a mudar sua postura, às vezes sem sucesso. Que seja o líder do Campeonato Paranaense. E vença. Essa foi a tarefa cumprida pelo Paraná Clube na tarde de ontem na Vila Capanema. Com muita dificuldade, e desta vez mais na luta e na qualidade individual do que na tática que vinha dando certo, o Tricolor venceu o J. Malucelli por 1×0 e voltou à liderança do Estadual.

Foi uma tarde de emoção na Vila. Afinal, o Paraná esperava um jogo complicado, e não foi à toa que o técnico Wagner Lopes colocou em campo o que o elenco tem de melhor na visão dele. Não houve rodízio nem poupados apenas Marcos, do time que seria o principal, não estava jogando, pois apenas nesta semana começou a treinar. Com força máxima, esperava-se um time dominante e atrevido diante do Jotinha.

Mas é preciso valorizar o trabalho de Luciano Gusso e do Caçula. A cada ano a sensação que se tem é que o time pode ir mais longe. É preciso que essa sensação se prove em campo, mas talvez a equipe de 2017 seja a mais forte desde o time vice-campeão estadual em 2009, que a rigor tinha apenas Jucilei acima da média. Neste ano, se não há craques, há vários bons jogadores, como Cristovam, Paulinho Oliveira, Tomás, Jenison, Getterson, Netinho e Guilherme Parede (estes dois no banco de reservas). É uma equipe que pode sonhar com a chegada às semifinais.

E por isso foi o J. Malucelli quem dominou o primeiro tempo. Achou o Paraná, deixou a equipe presa no campo defensivo, isolou Renatinho e Ítalo e impediu que os donos da casa criassem uma chance sequer de gol. Já do outro lado Léo era exigido a todo momento no lance mais perigoso, ele se esticou para defender um chute de Tomas.

Taticamente parecia difícil a situação se resolver. Era o que o segundo tempo mostrava em seus minutos iniciais. Aì veio a virada na história, que surgiu num garoto de 23 anos que carrega uma dor eterna em seu coração. Guilherme Biteco, que joga por ele e por seu irmão Matheus, que faleceu na tragédia com o avião da Chapecoense, mudou o ritmo da partida. Deu velocidade, drible e molecagem ao Paraná.

E deu o gol a Renatinho. Num passe precioso. Um lançamento longo, tão certo que o camisa 10 nem precisou dominar, apenas tocou com o lado externo do pé direito, um recurso que surpreendeu Fabrício. Um a zero, justinho. O suficiente para retomar a ponta do Paranaense. E para emocionar Guilherme. “Quando eu estiver em campo, pode ter certeza que estarão dois Bitecos com a camisa do Paraná”, afirmou.

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