Foi de arrepiar. Foi uma noite para ficar marcada na história do torcedor paranista. Homens, mulheres, senhores, senhoras e crianças. Não importava a idade. O sentimento foi um só na noite desta terça-feira (3), na Arena da Baixada, na vitória do Paraná Clube por 1×0 sobre o Internacional. O ‘paranismo’ foi resgatado de vez na reta mais importante da Série B do Campeonato Brasileiro. Quem duvidou caiu do cavalo. O Tricolor conseguiu colocar quase 40 mil pessoas no Joaquim Américo e marcou o novo recorde do estádio do rival Atlético.
A expectativa em torno do duelo contra o Inter, na Arena da Baixada, dos últimos dias, foi confirmada horas antes de a bola rolar. O clima ao redor do estádio era algo que pouco foi visto nos dez anos de sofrimento do Tricolor na segunda divisão. Em cada expressão, em cada gesto, em cada grito era possível ver o resgate que este time do Paraná Clube conseguiu trazer de volta ao torcedor.
Ao ver toda essa mobilização, a grande movimentação de público fora da Arena, era impossível não lembrar dos anos anteriores. Era impossível não lembrar que, recentemente, em 2012, o Paraná Clube viveu a pior crise da sua história quando disputou, inclusive, a segunda divisão do Campeonato Paranaense.
“Para quem viu o Paraná na segunda divisão do paranaense, com média de público de 300, 400 torcedores por jogo, ver 40 mil paranistas no estádio é de arrepiar. Por mais que não vença, o que foi feito, de trazer o torcedor de volta, foi muito bom. É o nosso melhor momento desde 2012, quando quase conseguimos o acesso. Desde a Libertadores, em 2006, não se via um clima pré-jogo tão intenso, não só da organizada, mas os senhores e senhoras das sociais, todos envolvidos, todos compraram a ideia. Saíram mais cedo do trabalho para apoiar o clube bem antes do jogo”, afirmou Caio Henrique, torcedor paranista que chegou na Arena por volta das 17h.
Ansiedade da torcida
A movimentação das duas torcidas foi intensa desde o final da tarde até momentos antes de a bola rolar. Do lado paranista, houve um princípio de confusão com um possível confronto com torcedores do Atlético que, próximos do Joaquim Américo, estariam provocando os paranistas que chegavam ao estádio. Houve correria de torcedores e movimentação da Polícia Militar, mas nada mais grave foi registrado pelos órgãos de segurança.
A provocação sadia ficou por conta da torcida do Furacão. No entorno da Arena da Baixada, foram espalhados milhos em alusão ao apelido dado de galinha pintadinha aos paranistas. Nada que abalasse o clima de festa do torcedor do Tricolor, que vê, neste ano, chances reais de voltar à primeira divisão.
Havia também uma expectativa com relação aos cambistas em volta da Arena. No entanto, o que se viu foram torcedores do Paraná Clube que não conseguiram comprar os ingressos na semana passada, durante o período de venda, em busca ainda de bilhetes para acompanhar a partida contra o Internacional.
Festa no estádio
Dentro do estádio, tão logo abriram os portões, os paranistas, mostrando que a ansiedade estava a flor da pele, já passaram a ocupar seus lugares. O Joaquim Américo, acostumado a ser o caldeirão atleticano, ficou um pouco diferente, mais colorido. Junto com o vermelho, também veio o azul e branco.
Confira a tabela completa da Série B!
Já quando subiu para o aquecimento, os jogadores sentiram o clima positivo que o torcedor faria. Um mosaico preparado para esse jogo foi montado pela torcida com a frase: “Rumo a Série A”. O meia Guilherme Biteco, ainda se recuperando de uma lesão no tendão, foi bastante festejado pelo público no estádio quando subiu ao gramado.
Com a bola rolando, a torcida paranista, como diz o hino, foi a camisa 12. Mesmo nos momentos de maior dificuldade na partida, o torcedor foi exemplo de paixão e empurrou o clube para buscar o resultado positivo. Sentimento vivo e que está cada vez mais presente, acreditando que 2017 será o ano do acesso à primeira divisão depois de dez anos de sofrimento.