Mais do que nunca, como diria aquele apresentador, o Paraná Clube está dividido. Não há quem não negue a importância da Primeira Liga – como uma competição que dá visibilidade, dinheiro, valoriza jogadores e clube, um torneio que só fez bem ao Tricolor até agora. Só que a Série B é muito, mas muito mais importante. É a vida paranista, é a solução de praticamente todos os problemas, é a recuperação definitiva, é o sonho que se sonha desde 2008. Entre esses dois sentimentos, está o Atlético-MG, adversário deste sábado (2) na semifinal da Liga, às 19h, no Independência. E chegou a hora de escolher.

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“Cada escolha, uma renúncia”. O ditado é velho, mas coube para os oito times que entraram em campo na quarta-feira (30) pela Primeira Liga. Apenas dois deles decidiram jogar com força máxima nas quartas de final, justamente Paraná Clube e Londrina. Os dois paranaenses se classificaram, e também fizeram suas escolhas. Para o Tubarão, que só joga pela Série B no próximo sábado (9), contra o Ceará, Cláudio Tencati nem precisou se esforçar muito, e decidiu manter a equipe principal em campo.

O Paraná colocou todos os pesos na balança. O dinheiro e a visibilidade da Liga estão de um lado. “Sei que é importante. Quando você vai passando de fase e vai ganhando a premiação. E é bom esse tipo de jogo contra grandes clubes. Nos motiva ainda mais”, admite o técnico Lisca. Até agora, o clube já faturou R$ 1,2 milhão com a competição, valor que pode chegar a R$ 3 milhões caso o Tricolor seja campeão. Uma grana que seria espetacular para os cofres paranistas, uma injeção importantíssima para o restante da temporada.

Mas será que vale a pena faturar e perder jogadores? Na partida contra o Flamengo, apesar da emoção na classificação conseguida nos pênaltis, o Paraná perdeu Robson e Minho, ambos com lesão no joelho. “Nós escalamos o que tínhamos de melhor e valorizamos a competição”, lembrou Lisca. Só que, com um jogo contra o Goiás já na quarta-feira (6), partida que pode deixar a equipe empatada em pontos com o Ceará, que hoje ocupa a quarta posição da Segundona, a prioridade deve falar mais alto – e a cautela também.

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Lisca sabe que se perguntar para os jogadores, a resposta será diferente da cautela que ele adota. “Eles querem jogar neste momento de decisão, mas temos que pensar no geral e vamos usar todos nossos departamentos para chegar a melhor solução”, resumiu. Isto significa fazer escolhas. Os titulares garantidos no jogo são Richard, Leandro Vilela e Gabriel Dias – o goleiro vive ótima fase e os dois volantes estão suspensos na Série B. De resto, a escalação é um mistério.

A tendência é que sejam usados reservas nas posições restantes. Jogadores-chave, como Eduardo Brock, Cristovam, Renatinho e Alemão, dificilmente estarão em campo como titulares. “Independente de quem for jogar, a gente está bem servido. O grupo é muito bom, o elenco é forte e vamos para fazer um grande jogo lá”, garantiu o treinador paranista. Jogadores que já foram titulares, como Rayan, João Pedro e Vinícius Kiss devem formar a base da equipe que pega o Galo, que deverá atuar com os titulares.

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Apesar das escolhas, uma coisa é certa. O espírito paranista, que vem encantando o torcedor nesta temporada, estará presente no Independência. “Temos que motivar os jogadores pela grandeza do jogo, um grande adversário e tem de pegar o gosto para quem sabe a gente estar nesse grupo de elite no ano que vem. Já estamos entre as 40 equipes de elite, mas quem sabe estejamos entre os 20. É um jogo que pode nos levar para final de campeonato”, avisou Lisca.

Ficha técnica

PRIMEIRA LIGA
Semifinal

Atlético-MG x Paraná Clube

Atlético-MG
Victor; Marcos Rocha, Gabriel, Leonardo Silva e Fábio Santos; Adílson, Elias, Luan, Robinho e Valdívia; Rafael Moura (Fred).
Técnico: Rogério Micale

Paraná
Richard; Assis, Wallace (Iago Maidana), Rayan e Júnior; Leandro Vilela, Gabriel Dias, Murilo, Vinícius Kiss e João Pedro (Rafhael Lucas); Felipe Augusto.
Técnico: Lisca

Local: Independência (Belo Horizonte-MG)
Horário: 19h
Árbitro: Luís César de Oliveira Magalhães (CE)
Assistentes: Helton Nunes (SC) e Renan Aguiar da Costa (CE)