Minha história começa em 1990. Esse é o ano que eu nasci. Possivelmente, o ano que eu também comecei a frequentar o Estádio Durival Britto e Silva, a famosa Vila Capanema. Meu pai era torcedor do Colorado. Logo depois, Paraná Clube. Posso te confessar que, desde lá, foram poucos jogos que deixei de acompanhar. O Paraná já foi motivo de muita discussão lá em casa. “Você só pensa nisso”. “Você só fala nisso”. Realmente, já refleti várias e várias vezes sobre o que leva uma pessoa a ser tão apaixonada por um clube de futebol.
- Despedida da Série B será no Couto Pereira
- Objetivo no início do ano era de não ser rebaixado
- EDITORIAL: Viva o Trio de Ferro
Nesse meio tempo eu vi já vi de tudo. Já vi muitos e muitos títulos. Já vi muitas e muitas decepções. De 2007, ano da queda do Tricolor, a 2017, foram lágrimas, xingamentos e desespero. Meu pai nunca mais acreditou. Eu até apoio ele, pois era cada jogo: Paraná x Luverdense; Paraná x ABC; Paraná x Boa Esporte. Não era fácil. Era difícil deixar de lado o aconchego do lar para comparecer à Vila. Mas, eu estava lá. Às vezes estava acompanhado de mil, outras de 3 mil, mas estava lá, na vitória ou na derrota.
Em mim, ainda tinha algo que me dizia que o Tricolor iria brilhar. Seja lá em qual ano. Seja lá de qual forma. Mesmo assim, eu aguentei tiração de sarro, zoação de tudo quanto é lado. Fico imaginando como deveria ser para a criançada que ainda não viu o Paraná Clube na Série A. Pois bem, o Tricolor voltou. Ele voltou à elite e como todos nós paranistas já esperávamos – na base de muito sofrimento e emoção.
Muitos podem falar que foi tranquilo, já que o acesso foi conquistado com uma rodada de antecedência. Porém, devido às últimas apresentações do time e a sequência excelente do Londrina, a dúvida pairava sobre a Vila Capanema. Não era possível ficar mais um, dois, três anos na Série B.
2018 deverá ser um ano de muita alegria. Poderemos ver a Vila Capanema mais lotada do que nunca para acompanhar um Paraná x Corinthians, Paraná x Flamengo. Poderemos acompanhar o estádio cada vez mais cheio de crianças e mulheres. Quem sabe até os mais antigos não voltem a acreditar e estejam lá conosco novamente. Quem sabe meu velho pai não esteja lá também, afinal o Paraná Clube nos uniu muitas vezes, nos trouxe alegrias e tristezas por longas e longas temporadas. Que 2018 seja um grande ano, assim como foi 2017, quando cada batalha era ganhada no grito, na raça. Nós te apoiamos não importa a maneira, Paraná Clube!