O alívio foi a primeira sensação do empate em 1×1 entre Paraná Clube e Botafogo, ontem, na Vila Capanema. Afinal, o Tricolor estava com dez jogadores, saíra atrás no placar e conseguira a igualdade aos 51 minutos do segundo tempo num chute de Alex Santana, o jogador mais dedicado do time. Mas, passado o alívio, veio a realidade. A atuação foi ruim, o resultado foi péssimo, a situação no Campeonato Brasileiro segue a mesma. É mais uma segunda-feira que se inicia com o Paraná segurando a lanterna da competição.
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O Tricolor entrou em campo demonstrando todo o nervosismo deste momento da temporada. Ao mesmo tempo em que havia uma vontade até excessiva de mostrar serviço, de ir à frente, de buscar o gol, a tensão atrapalhava. Eram decisões erradas, discussões sem sentido, faltas desnecessárias. Com um time em adaptação com um novo técnico, o Botafogo parecia mais tranquilo, e até por isso conseguia aproveitar as falhas tricolores e chegar com perigo. E apesar de dominar, de se aproximar da meta de Saulo, o Paraná não era perigoso. Já os cariocas tinham espaço para arriscar e obrigar Richard a trabalhar.
Mas o Botafogo só parecia estar calmo. O gramado era um barril de pólvora. Em uma jogada relativamente normal, Matheus Fernandes e Silvinho se enrolaram, o jogador paranista deu uma simulada e gerou um fuzuê – saiu todo mundo pro empurra-empurra. Virou um pandemônio. E por conta da simulação de Silvinho e da confusão seguinte, o árbitro Raphael Claus expulsou Matheus Fernandes e Cléber Reis. Aí, para arrumar a defesa, Rogério Micale tirou Rafael Grampola e colocou Marcelo Baez.
O Tricolor não parava de lutar. Mas era muita luta e pouca qualidade. O talento só acontecia quando Maicosuel conseguia jogar. Mas o camisa 10 era muito marcado – e mesmo que isso representasse mais liberdade para Silvinho e Carlos (ainda mais depois das expulsões), os dois não aproveitavam e isolavam ainda mais o destaque paranista. A partida seguia nervosa, e tecnicamente muito fraca. Mesmo com mais organização, o Botafogo também não era superior. No placar agora eletrônico da Vila Capanema, o 0x0 era um placar pra lá de justo.
Sem poder contar com Maicosuel por muito tempo, Rogério Micale foi obrigado a mexer no intervalo, tirando o jogador e colocando Rodolfo. O Paraná iria para uma tática quase suicida, ficando só com dois jogadores no neio-campo e três atacantes. Era a necessidade de vencer falando mais alto. Mas quem teve chance de marcar foi o Botafogo – assim como no primeiro tempo, Luiz Fernando ficou muito perto de abrir o placar.
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A ideia de colocar mais jogadores na frente dependeria muito do que eles fizessem – sem meio e com os laterais preocupados em marcar, o Tricolor contava com os lampejos de Carlos, Rodolfo e Silvinho. Mas isso pouco acontecia, os donos da casa chegavam pouco e finalizavam menos ainda. Do outro lado, os cariocas não tinham pressa, mas encontravam brechas para jogar. E o estreante Zé Ricardo apostou nos “paranaenses” Renatinho e João Pedro para controlar de vez a faixa central do campo.
E foi em um passe de Renatinho que o Botafogo chegou. Ele tocou para Luiz Fernando, que foi derrubado de forma infantil por Renê Santos. Rodrigo Lindoso cobrou com categoria e marcou. Eram 27 minutos do segundo tempo.
O que era nervosismo virou desespero. Com Caio Henrique em campo no lugar de Silvinho, Rogério Micale tentou salvar o meio-campo, que estava dominado pelos visitantes. Mas apenas Alex Santana, que corria por vários, era quem chutava a gol. Era um esforço que superava o cansaço. E mesmo sofrendo com as cãibras, o volante seguiu tentando. E foi premiado no último lance, no chute de longe que desviou na marcação e enganou Saulo. Alex comemorou muito, a torcida respirou aliviada. Mas o cenário que se descortinou após a festa continua desesperado.