O Paraná Clube teve cinco meses emocionantes em 2017. A primeira metade deste ano fez com que o torcedor voltasse a acreditar na equipe, com bons resultados em campo, bom aproveitamento, atuações comoventes e uma retomada do orgulho em ser paranista. O último capítulo dessa bela história aconteceu exatamente em 31 de maio, quando em uma jornada de superação, o Tricolor fez o Atlético-MG ficar na retranca para garantir uma vitória que lhe dava a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil.
- Após derrota, Cristian de Souza é demitido do Paraná Clube
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- Gabriel Dias é mais um a deixar o Tricolor durante a Série B
Naquela partida, o Paraná foi guerreiro. Perdeu, foi eliminado, mas saiu elogiado pelo País inteiro. Era o exemplo de como fazer futebol com pouquíssimo dinheiro e aos poucos obter resultados. Como dizia o presidente Leonardo Oliveira ainda em Belo Horizonte, era um clube que trabalhava com uma folha de pagamento que não dava a metade do salário de Fred, centroavante do Atlético-MG que o Tricolor acabara de enfrentar. Era ponto pacífico não só entre os paranaenses, mas também para a crítica nacional – ali se via um candidato real ao acesso para a primeira divisão.
Mas chegamos na metade de julho e a terra está quase arrasada. Afinal, daquela equipe que emocionou nos confrontos com o Galo, pouco restou. O artífice daquela equipe, o técnico Wagner Lopes, já tinha ido embora, após receber uma proposta salarial 19 vezes maior do Albirex Niigata. Por lesões ou porque foram embora mesmo, o Paraná perdeu daquele time o goleiro Léo (em recuperação de uma fratura na face), os volantes Alex Santana e Gabriel Dias (devolvidos aos clubes de origem) e o meia Guilherme Biteco (em recuperação de uma cirurgia no tendão de Aquiles).
Perdeu-se praticamente toda a espinha dorsal daquele time. Quem ficou – o zagueiro Eduardo Brock e o meia Renatinho – vive mau momento técnico, que ficou escancarado nas duas derrotas fora de casa nesta semana que passou, o 3×2 aplicado pelo Vila Nova e o melancólico 2×0 feito pelo Oeste na sexta-feira. O jogo selou o destino do técnico Cristian de Souza, que foi demitido ainda no vestiário. “Na verdade, o que ocorre sempre é que é mais fácil trocar um do que 30. Os atletas também têm a responsabilidade, eu tenho responsabilidade disso. A gente espera que com a troca de treinador haja alguma mudança de postura”, afirmou, com sinceridade cortante, o diretor de futebol Rodrigo Pastana.
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O plano dos cartolas é de anunciar ainda hoje o treinador para o restante da Série B – uma competição em que o Paraná entrou como um dos candidatos ao acesso, mas que neste momento está em 15º colocado, a apenas um ponto da zona de rebaixamento. Esse treinador, que pode ser Geninho, que está a perigo no ABC, ou Mazola Júnior, que rodou Nordeste e interior paulista e é conhecido de Rodrigo Pastana, virá com dois confrontos diretos em sequência – amanhã, às 19h15, diante do Brasil de Pelotas, e sexta, às 20h30, contra o Luverdense, em Lucas do Rio Verdade.
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Coincidência daquelas que essa possível retomada paranista aconteça na Vila Capanema. Afinal, o estádio tricolor foi um palco totalmente indesejado para os visitantes, onde o Paraná Clube estava invicto até aquele maio, com seu goleiro titular sequer sofrendo gols. Até dia 31 de maio, foram catorze jogos, com nove vitórias e cinco empates. Depois, foram quatro partidas, com duas vitórias, um empate e uma derrota. O rendimento caiu, os resultados pioraram e o encanto se quebrou.