Mais de duas mil pessoas viram o jogo na Vila Capanema. Outras tantas viram pela televisão. Teve gente que só ouviu pelo rádio. Entre todos eles, um cidadão foi quem mais observou com atenção a vitória do Paraná Clube sobre o Brasil de Pelotas, ontem, por 4×1 – resultado que reabilita o Tricolor no Campeonato Brasileiro da Série B. Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi, o Lisca – ou, se preferir, o Lisca Doido -, assistiu à partida ainda sem ter acertado contrato. Não seria surpresa se o agora confirmado novo técnico do Paraná tenha se animado com o que viu, e até se apressado em fechar negócio.

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Porque não só Lisca viu o Tricolor demonstrar o potencial que todos já viram nesta temporada. Claro que foi em apenas um jogo – e mais precisamente em um tempo -, mas a goleada de ontem deixou claro que o Paraná tem sim de onde tirar qualidade para lutar pelas primeiras posições da Segundona. Armado de maneira mais simples pelo auxiliar Matheus Costa, a equipe tentou dominar o Brasil desde o início da partida. E da forma que atuou, mostrou as virtudes e os defeitos que o novo treinador precisará avaliar.

De defeito, o mais evidente é o desacerto defensivo. De uma hora para outra, Eduardo Brock ficou sem companheiro para a zaga. Rayan falhou seguidamente contra o Oeste e, fazendo sua estreia como titular, Iago falhou decisivamente no gol dos gaúchos, marcado pelo rodado Itaqui. Igor, apesar de ter melhorado em relação às últimas partidas, ainda não repetiu as atuações do início da temporada.

Lisca gostou do que viu. Foto: Divulgação/Paraná Clube
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Mas as boas notícias são em maior número. Cristovam, que tinha perdido espaço com Cristian de Souza, teve uma ótima atuação ontem. Tanto na defesa quanto no ataque, onde foi decisivo. O Paraná jogou muito pela direita e teve sucesso. Empatou em um lance originado neste setor, que chegou em João Pedro, outro dos destaques da partida, e terminou em Robson, o melhor em campo. Voltando a ser “aquele Robson” do ano passado, o camisa 7 foi decisivo, mostrando que pode ser um dos líderes de uma nova arrancada tricolor.

Outro que voltou a brilhar foi o próprio Eduardo Brock, que não só foi bem na defesa como virou a partida após um escanteio. Ele chegou a roubar a bola de Robson antes de chutar e vencer Marcelo Pitol. Já era o segundo tempo, e aí o Paraná estava atropelando o Xavante. Lisca deve ter gostado de ver a movimentação de Robson e João Pedro, principalmente quando Felipe Alves e Renatinho entraram. Com eles em campo, o terceiro gol veio – de pênalti, cometido por Evaldo. Robson pediu para bater fez o segundo dele.

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E no lance seguinte saiu o quarto gol. Uma jogada bonita, de Felipe Alves e Renatinho, que foi completada pelo R10, que ontem usava a camisa 17. Na comemoração, ele fez o típico “sai, má fase” (pra não dizer outra coisa) que servia para ele e também para o Tricolor. Era o desfecho de uma muito boa atuação dentro de casa, o que não se via há um bom tempo.

Lisca deve ter percebido que o Paraná Clube pode chegar longe com um time bem armado, com liberdade para que seus jogadores mais talentosos possam jogar, e com a volta de algumas peças importantes (Gabriel Dias, que já retorna contra o Luverdense; Marcos, que já ficou no banco de reservas; e principalmente Guilherme Biteco, a ausência mais sentida). Com eles, é possível subir para a primeira divisão. E quem sabe o técnico fique ainda mais doido – a torcida nem vai reclamar, desde que ele faça bem o seu serviço.