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Do planejamento ao mercado, Rodrigo Pastana profissionaliza o Paraná

Desde que chegou, Rodrigo Pastana vem conhecendo o clube de ponta a ponta. Foto: Jonathan Campos

A temporada 2016 nem havia acabado e o Paraná já havia começado a pensar em 2017. E a primeira atitude tomada foi contratar um dirigente que pudesse arrumar a casa, tivesse conhecimento no mercado e gerisse o futebol de uma forma diferente. Rapidamente a diretoria chegou a um nome: Rodrigo Pastana.

Aos 40 anos, o novo executivo de futebol paranista havia acabado de sair do Guarani, onde havia conquistado o acesso para a Série B do Campeonato Brasileiro mesmo em grandes dificuldades financeiras. A escolha, neste ângulo, seria certeira.

“O Rodrigo chega para concretizar um sonho que nós tínhamos, que é de profissionalizar o departamento de futebol. Uma das dificuldades que estávamos tendo dentro do clube, com essa profissionalização vai acabar”, disse o presidente do Tricolor, Leonardo Oliveira.

Em pouco mais de um mês no cargo, Pastana foi primeiro conhecendo o clube. Teve influência na escolha do técnico Wagner Lopes e foi ao mercado em busca de contratações que se encaixassem no orçamento do Paraná. E foi aí que o conhecimento dele entrou em ação.

“Temos que nos manter atualizados. Quando temos amigos, como o Wagner (Lopes), por exemplo, que nunca trabalhamos juntos, mas já conversamos várias vezes sobre atletas que contratei para outras que equipes. Você se aprofundando sobre o atleta, não só em campo, mas postura, onde foi formado, isso é muito significativo na hora de montar um elenco com um orçamento limitado. Foi isso que tentamos fazer aqui. Falamos da base, mas não só su-17, sub-19, mas sim daquilo que pretendemos fazer para a disputa da Série B. Trouxemos jogadores que não têm tanto nome, currículo, mas que já jogaram em grandes clubes, já jogaram fora do país e podem dar o equilíbrio suficiente para deixar a equipe competitiva”, explicou ele.

“Sabemos que as dificuldades não são exclusivas do Paraná. Mas precisamos nos adequar, não só o modelo do jogo, mas também em cima das características dos jogadores que teremos à disposição. E nisso o Rodrigo é muito bom, conhece vários jogadores, eu também tenho um bom relacionamento, um banco de dados com quase dois mil atletas, com salários e biotipia. E em cima disso que montamos uma plataforma de jogo, formando um time competitivo e que tenha equilíbrio, na parte ofensiva e defensiva”, acrescentou o treinador.

E se depender do executivo de futebol, o Paraná em 2017 não vai fugir do seu orçamento, gastando exatamente aquilo que pode, para evitar rombos no caixa ao longo da temporada e, consequentemente, enfrentar problemas como atrasos salariais no final do ano. Experiência que ele já tem.

“Dizem que não existe uma regra, mas todo profissional trabalha dentro de uma e a minha é a organização. Isso para mim é fundamental. É preciso seguir à risca o orçamento do clube. Foi assim no Guarani. Chegamos lá em uma situação bem crítica, mas dentro daquele orçamento que foi nos passado, conseguimos trabalhar e nos organizar. Não tem outra saída”, afirmou o dirigente.

Mas para seguir esta linha, Rodrigo Pastana precisa conhecer bem a forma de o clube trabalhar, para não se prender apenas às contratações de reforços. Por isso, o estudo assim que foi contratado, e os trabalhos diários, juntamente com o presidente, comissão técnica, elenco e demais funcionários. Aquilo que ele considera fundamental antes de buscar novos atletas.

“Hoje o executivo de futebol não é só um contratador, como diziam. O executivo de futebol tem que participar do orçamento do clube, e a única forma de fazer isso é cumprindo o planejamento. Este orçamento é passado pela diretoria para que a gente possa fazer o máximo com isso, trabalhando com a logística, planejamento, condições de trabalho, desde a manutenção até a alimentação, e integrar todos os departamentos, que talvez seja a função principal de um executivo”, concluiu.