Por estatuto, o 1º vice-presidente do clube, Luiz Carlos Casagrande, assume o cargo de novo presidente do Paraná, após Rubens Bohlen anunciar sua renúncia ontem, em um hotel no centro de Curitiba. Apesar da saída do ex-mandatário, o dia a dia paranista não vai mudar muito.
Funcionário desde a época do Pinheiros, nos anos 80, o popular Casinha passou por inúmeras posições dentro do social, que é seu forte: organizador de bailes, diretor de departamento social e marketing, fora locutor da Vila Capanema em dias de jogos. Em janeiro de 2012 assumiu como 2º vice-presidente da chapa do então presidente Rubens Bohlen e, no início de 2014, virou 1º vice após a reeleição do ex-presidente.
Forte nos bastidores, sendo decisivo em eleições, Casagrande apoiava internamente o grupo ‘Paranistas de Bem’ desde o início da formação, idealizado pelo antigo vice-presidente da Fúria Independente, João Quitéria, e pelo empresário Carlos Werner. O primeiro vai assumir a parte administrativa, pois é formado em Administração e com pós-graduação em gestão esportiva. Quitéria vai tentar unir o grupo “Paranistas de Bem” novamente. “Nós estávamos desmobilizados, já que o então presidente tinha dito que não iria sair. Temos que nos reunir novamente, ver como vão funcionar as coisas”, finalizou.
O segundo vai retornar à coordenação das categorias de base, na qual bancava desde o ano passado.
Esses dois aliados já estão certos e comprometidos com Casinha. A missão do trio, inclusive, é mobilizar novamente os outros oito paranistas, entre conselheiros, ex-presidentes e torcedores, para injetar os R$ 4 milhões no futebol até o final do ano. A urgência é tanta, que tentam programar uma reunião ainda hoje.
As outras frentes mais detalhadas só serão expostas amanhã, na sede social da Kennedy, onde Casinha vai falar com a imprensa pela primeira vez em sua nova função. Ontem, por exemplo, o presidente não quis falar com a reportagem novamente e, após comunicar que iria descer de sua sala no local para conversar, se refugiou em São José dos Pinhais.
Entretanto, algumas atitudes estão claras para a sequência. O superintendente de futebol, Marcelo Nardi, já entregou sua carta de renúncia e não continua no Tricolor. Marcus Vinícius, que fez um discurso forte após a derrota no clássico contra o Atlético, também não fica mais na gerência de futebol. Fernando Leite, que tentou evitar posicionamento no início, discutiu com Quitéria na segunda-feira, no CT Racco, e também encerrará o ciclo de quatro anos.
Durval Lara Ribeiro é quem vai tocar o futebol do Paraná agora. Vavá será o responsável pela montagem do elenco. E também da comissão técnica, que deve sofrer alterações. Luciano Gusso ainda é uma incógnita no comando da equipe.
O treinador defendeu Bohlen nessa turbulência política e, por isso, não é visto com bons olhos pelo grupo.