Esquentado, brigão e exigente à beira do campo, o técnico Fernando Diniz, que quando jogava protagonizou muitos lances polêmicos por onde passou, está repetindo a dose no comando do Paraná Clube. Após a vitória sobre o Boa Esporte, o técnico – que se desentendeu com o meia Rafael Carioca na semana passada – desabafou sobre sua maneira de cobrar a equipe e garantiu a união do grupo e a adesão dos atletas com o seu trabalho.
“Grupo unido é isso e você na prática, nas ações dos jogadores. A adesão dos jogadores é muito forte, não só do grupo, mas que eles gostam de trabalhar comigo. O Felipe (Alves – goleiro) mesmo é o quarto time que ele joga comigo. Se tivesse problema de relação com jogador não aconteceria isso. Tenho problema sim, de ser muito fechado com o jogador, talvez esse seja o problema”, ressaltou o treinador.
Diniz, que desde que chegou ao Paraná não abriu nenhum treinamento aos jornalistas que cobrem o clube, também criticou a imprensa que comenta sobre a sua forma de trabalhar. “Existem pessoas que ficam questionando que vou perder o grupo. São coisas que fico sabendo, pois não acompanho a imprensa. Não se deve falar sem ter conhecimento de causa. Pode falar que está jogando mal, que discorda do jeito da equipe jogar, mas levantando falsas lebres, como tem acontecido, é um fato que não gosto”, acrescentou.
Tudo bem
Fernando Diniz garantiu que está tudo bem na relação entre ele e o jogador e afirmou que Rafael Carioca fez, no duelo contra o Boa Esporte, seu melhor jogo sob o seu comando. “É só ver o que o Rafael jogou. Atacou e foi comprometido com o setor defensivo. As vezes você tem que ser enérgico com o jogador, para o bem do time. Isso é poder de uma relação forte, que tem que ter em qualquer tipo de relacionamento, onde você cresce com a situação’, emendou.
Apesar desse seu jeito durão, Diniz ressaltou que os xingamentos vêm carregados de afeto e que essa postura agrada o time tricolor.
“A gente faz as coisas com amor, com respeito aos jogadores. Por trás do xingamento, pode ter certeza que há uma dose de afeto. É melhor do que calar e deixar as coisas acontecerem. Os jogadores gostam da minha postura”, concluiu o comandante paranista.
Oposição dá prazo
De hoje não pode passar. A chapa de oposição “Paraná, o clube do futuro”, estabeleceu esta sexta-feira como prazo final para que a diretoria tricolor registre o novo estatuto do clube em cartório. Caso contrário, seguirá com a ação movida por Fabiano Stédile, ex-funcionário do clube e participante da chapa, pedindo a anulação do pleito do dia 23 de setembro. A alegação é de irregularidades nos registros do novo estatuto e do regulamento da eleição.
Segundo o presidente Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, porém, o registro do novo estatuto foi providenciado nesta semana. “Se for assim, eles já podem retirar a ação”, garante o mandatário.
Stédile trabalhou no departamento de marketing do Tricolor nos meses finais da gestão de Rubens Bohlen e foi o responsável por redigir e protocolar as propostas da chapa oposicionista que lançou Erivelto Luiz Silveira como candidato à presidência.
No entanto, ainda no dia 21 de agosto, Stédile impetrou ação na 2ª Vara Cível de Curitiba pedindo a anulação da eleição por problemas de documentação do processo eleitoral tricolor.