Ele é o camisa 1. O primeiro a ser escalado. O guardião da meta. É único em sua posição e ainda que salve o time por 90 minutos, se falhar nos acréscimos se transforma em vilão. Esse é o goleiro, um jogador diferenciado que, como dizem, ‘onde joga não nasce grama‘. No dia 26 de abril é comemorado o dia do goleiro e um dos jogadores com uma história de amor à posição é Marcos. O goleiro Marcão defendeu as cores do Paraná Clube em 367 jogos. É o jogador recordista de número de partidas pelo Tricolor, única equipe que atuou em toda sua carreira no Brasil.

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“Pra mim, ser goleiro – ou era ser goleiro – é uma realização! É uma posição diferenciada. É um sentimento que você não consegue colocar em palavras, porque é uma coisa que está dentro da gente. Eu amava aquilo. Tinha um prazer em ir para o campo, ainda mais quando chovia e eu me jogava no chão. Isso me lembrava de quando eu era criancinha, jogava naquele campinho de terra e ficava todo sujo. Era uma realização pessoal, era uma coisa prazerosa que me dava alegria”, definiu o eterno camisa 1 do Paraná.

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A data para lembrar daqueles que tanto se esforçam para fechar o gol, foi criada em homenagem a Haílton Corrêa Arruda, mais conhecido como o Manga, consagrado como um dos melhores goleiros da história do futebol brasileiro. Manga nasceu em 26 de abril de 1937 e se consagrou no Botafogo. Sua marca registrada são os dedos tortos por conta da função. Como não usava luvas, suas mãos foram castigadas pelos craques que exigiam dele belas defesas. Manga também defendeu o Sport, Inter, Grêmio e teve passagem aqui no estado em 1978, no Coritiba, além de vestir a camisa da Seleção Brasileira de 1965 a 67.

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Marcos desmentiu o mito de que só vai para a linha quem é ‘ruim de bola‘. “Eu sei que o pessoal brinca que o cara que vai para o gol é muito ruim na linha, mas quando eu era criança, eu praticava todos os esportes: basquete, vôlei, atletismo e o futebol eu jogava na linha. Eu era aquele cara que tinha uma condição caso eu quisesse fazer outro esporte, conseguiria, mas a minha paixão desde as minhas primeiras lembranças, era eu brincando com um golzinho de tijolo, na rua, então era uma paixão desde criança mesmo. Não foi porque eu não era bom na linha e me mandaram para o gol. Era uma coisa que eu tinha vontade desde pequenininho”, contou.

Marcão tinha um ídolo na posição “No meu tempo o goleiro de referência era o Taffarel. Lembro de quando era criança e gritava ‘Taffareeeeeel‘, quando fazia uma defesa. Anos depois tive a oportunidade de poder jogar contra ele, quando ele estava no Atlético Mineiro. Me arrependo de não ter trocado a camisa”, contou o arqueiro, que lamentou a ausência do melhor goleiro da atualidade em sua opinião na disputa da Copa da Rússia.

Manga, ou Manguita Fenômeno para os íntimos. Foto: Igor Castello Branco/SporTV
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“Um goleiro que hoje é uma inspiração é o Buffon. Infelizmente a Itália não estará na Copa e ele não estará presente para nos ensinar”, contou.

Memórias

O goleiro lembra de muitas partidas importantes que fez pelo Paraná Clube, mas destacou um jogo como especial em sua carreira. “Difícil escolher um jogo apenas. Foram tantos. Mas destaco o jogo contra o Remo no Módulo Amarelo da Copa João Havelange, em 2000, quando fomos campeões”, lembrou. Marcão define a paixão que tinha em estar debaixo das traves como algo impossível de ser descrito. “Não consigo definir em uma palavra, também não sei definir falando, mas era uma coisa que estava dentro do coração. É uma coisa que estava aqui e você tem que gostar muito, porque é uma posição sofrida”, lembrou o ídolo paranista, que sente-se grato por sua trajetória como ‘guardião da meta‘.

“Fui um privilegiado. Consegui realizar esse sonho de ser um goleiro, de conseguir ter êxito no que eu fiz. Incentivo às crianças a treinarem no gol. É uma posição diferenciada, é uma posição especial, mas não é para qualquer um. Tem que ter paixão”, completou Marcão.

Marcos e o time paranista campeão do Módulo Amarelo da Copa João Havelange de 2000. Foto: Arquivo.