A turbulência política do Paraná, que parecia encerrada na terça-feira, terá um novo capítulo hoje, a partir das 19h, na sede social da Kennedy. Em reunião do Conselho Deliberativo, os conselheiros vão formalizar uma intervenção sobre o cargo do presidente Rubens Bohlen.

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O encontro é uma continuação da última reunião do Deliberativo, na quinta-feira passada, que acabou suspensa. Entretanto, a reunião desta noite tem ligação com o último encontro do Conselho Deliberativo e o do Consultivo, no início da semana, quando o mandatário paranista não cedeu à pressão e decidiu continuar no comando Tricolor.

Irritados com a posição de Bohlen por não aceitar que o grupo “Paranistas de Bem” injete R$ 4 milhões no departamento de futebol até o final do ano em troca de sua renúncia, uma frente do Conselho pretende tirá-lo de outra forma, mas, para isso, somente esse motivo é insuficiente.

“O fato do presidente não aceitar a proposta feita no Deliberativo e Consultivo não cabe a esse pedido. São precisos graves atos contrários ao estatuto do clube. Não é o descontentamento, somente, que faz tirar o cargo máximo”, explica Rodrigo Vissoto, presidente do Conselho Deliberativo.

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O ex-presidente José Carlos de Miranda, em 2007, só foi retirado da presidência após o escândalo com a parceira da época, LA Sports. O dirigente foi acusado de ter desviado dinheiro na transação do meia Thiago Neves. A gestão atual, inclusive, processou Miranda pelas supostas irregularidades na transferência de atletas durante a gestão do dirigente, que comandou o Tricolor em dois biênios, em 2004-2005 e 2006-2007. O valor cobrado é de R$ 85 mil (o pedido, anteriormente, era que Miranda devolvesse R$ 46 mil aos cofres do clube).

Sendo assim, o embasamento dos conselheiros para intervir na política tricolor será alegar má gestão: equívoco em contratações, antecipação de verbas de televisão, adiantamentos que extrapolam seu período como presidente e colocar patrimônios como garantias em ações sem consentimento do Conselho.

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Após o pedido ser formalizado hoje, um novo encontro será marcado para discutir exclusivamente o assunto. O próximo passo será a coleta de provas e, por fim, uma nova reunião para deliberar sobre o assunto. Esse processo dura, em média, um mês. “Em tese existe (a chance de Rubens Bohlen ser afastado). Não é uma retirada. É um pedido de intervenção na administração. Vou ficar aguardando, mas me falaram que vai acontecer”, finaliza Vissoto.