O presidente do Paraná Clube, Leonardo Oliveira, ao lado de membros da diretoria paranista, veio a público esclarecer a polêmica envolvendo a sua administração judicial remunerada para o pagamento das dívidas trabalhistas do clube. Foi esclarecido que o pagamento de R$ 25 mil mensais tirados dos cofres do Tricolor foi estabelecido pela Justiça do Trabalho, já que o mandatário terá que destinar tempo integral a intervenção do ato trabalhista. Com isso, o clube tem um plano de quitar seu passivo com 20% das suas receitas.
Segundo informações repassadas pela diretoria, a dívida atual do Paraná é de R$ 19 milhões. Na maioria dos casos, o pagamento repassado a esse interventor é de 5% do valor da dívida dividido pelo tempo do trabalho executado. Segundo Leonardo Oliveira, a remuneração de R$ 25 mil mensais está abaixo desse valor.
“Levando o parâmetro estabelecido e praticado por esse tipo de trabalho, não teríamos condição de pagar 5% da dívida. A divisão seria o pagamento de R$ 19 milhões em um ano e o clube pagaria 5% ao administrador. Isso está fora da realidade do futebol e do clube nesse momento. Não haveria como utilizar esse parâmetro e o valor é muito menos do que isso. Principalmente para a sequência do problema, que não dura um ano só o pagamento da dívida. Além de ter 300 ações trabalhistas em tramitação. A execução vai durar mais do que um ano”, apontou Oliveira.
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Jurídico
Segundo o diretor jurídico do Paraná, Luiz Berleze, o presidente Leonardo Oliveira, que é o administrador judicial do clube, terá que destinar seu tempo integralmente à execução do ato trabalhista. Essa medida visa pagar as dívidas trabalhistas do clube com 20% das receitas que entram nos cofres.
“O administrador precisa destinar tempo integral ao trabalho e estar à disposição da Justiça do Trabalho. Não deve ter outra atividade profissional nesse período. O que vejo é que o não tem apenas o bônus (remuneração), mas tem o ônus, já que um fardo muito pesado. É importante esclarecer que a própria decisão determina que o administrador, caso não comprove e que as contas não sejam aprovados pelo judiciário, será responsabilizado criminalmente. Já está arbitrado multa ao administrador em 10% da previsão de faturamento. A multa é muito pesada, a responsabilidade é muito grande e por isso a necessidade de ter efetivamente um administrador remunerado”, explicou Berleze.
Eleições
O presidente Leonardo Oliveira frisou ainda que, independentemente das eleições do Paraná, que serão realizadas em setembro deste ano, permanecerá como administrador judicial de acordo com a determinação da Justiça do Trabalho.
“Não é um ano. Existe a determinação de um ano. Vou permanecer como administrador judicial pelo período que o juiz determinar. O período de administração depende exclusivamente da decisão da Justiça do Trabalho. Não tem um prazo pré-definido e será quando toda a dívida seja quitada. A Justiça nunca citou o prazo de um ou cinco anos”, informou Oliveira, que mesmo que não seja reeleito no cargo, pode continuar com seu trabalho de administrador judicial no Paraná.