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Crise do Paraná Clube vai além das ameaças dos “torcedores”

João Quitéria, ex-dirigente da Fúria, teve sua equipe no marketing afastada e também saiu do dia-a-dia do Tricolor. Foto: Albari Rosa
João Quitéria, ex-dirigente da Fúria, teve sua equipe no marketing afastada e também saiu do dia-a-dia do Tricolor. Foto: Albari Rosa

O Paraná Clube parece viver uma crise sem fim na disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. Sem mais perspectivas de acesso e próximo da zona de rebaixamento da competição nacional, o time paranista terá que conviver, a partir de agora, com as cobranças mais duras da torcida. Depois de ser humilhantemente goleado por 4×0 pelo Goiás, na última quinta-feira, a delegação do Tricolor, na sexta-feira, desembarcou no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, sob os protestos de um grupo de torcedores que, segundo o clube, teriam agredido alguns jogadores.

A diretoria paranista, ainda na sexta-feira, divulgou uma nota de repúdio contra a atitude desses torcedores. O presidente do Paraná, Leonardo Oliveira, que tem uma relação amistosa com a torcida organizada Fúria Independente, registrou um boletim de ocorrência contra o grupo de torcedores, e tentou tirar a organizada da confusão.

“Ainda que a campanha esteja muito aquém do esperado, não podemos aceitar passivamente as agressões aos nossos atletas por baderneiros que se dizem ‘torcedores’ de nosso clube.O Paraná já registrou a ocorrência perante as Autoridades Policiais e não medirá esforços para que todos aqueles que agrediram atletas, comissão técnica e funcionários respondam pelos atos covardes ocorridos no dia de hoje”, diz um trecho da nota oficial divulgada pelo clube.

A boa relação da atual diretoria paranista com a organizada tem muito a ver com a influência que João Quitéria, ex-presidente da Fúria Independente, tinha com os dois lados. Quitéria, no início da gestão do grupo “Paranistas do Bem”, ainda em 2015, passou a comandar o departamento de marketing do Tricolor, mas a equipe foi desmanchada neste ano e o dirigente também não participa mais do dia a dia do clube. Isto pode explicar as ações recentes de integrantes da facção.

Com, clube e torcida agora vivem uma relação de amor e ódio. A paz acabou já há algum tempo. Em agosto, membros da organizada invadiram a Vila Capanema durante um jogo-treino do Paraná e entraram no gramado para cobrar os jogadores por melhores resultados na segunda divisão. Na ocasião, a diretoria paranista preferiu não tomar nenhuma medida e não registrou boletim de ocorrência.

Na Série B, se não fossem os tropeços dos times que estão atrás na classificação, o Tricolor poderia estar mais perto da zona de rebaixamento. Vindo de quatro derrotas seguidas na competição nacional, o Tricolor tem seis pontos de vantagem para o Bragantino, que é o primeiro time na área de risco da Segundona. Para não mole para o azar e para não ver mais de perto o fantasma do rebaixamento à Série C, o Paraná precisa reagir imediatamente e vai tentar acabar com a série de resultados ruins na Série B amanhã, às 21h30, diante do Luverdense, mais uma vez fora de casa.

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