Um dos destaques da Série B do Campeonato Brasileiro, o técnico Claudinei Oliveira pegou um Avaí brigando para não cair e pouco tempo depois o transformou em candidato ao acessso. Em dez jogos no comando do time catarinense, foram oito vitórias, um empate e uma única derrota. Neste mesmo período, o Paraná, que tinha os mesmos 26 pontos que o Avaí, fez apenas dez, com três vitórias, um empate e seis derrotas.
Claudinei, que começou o ano como a esperança do Tricolor para, enfim, conquistar o acesso, foi demitido na oitava rodada, depois de desavenças com a diretoria e uma goleada por 5×1 sofrida para o Náutico. Uma demissão que até agora o treinador ainda não entende.
“A saída foi uma decisão do clube. Eu não gosto de questionar essas decisões. Na cabeça da diretoria eles estavam fazendo a coisa certa. Na minha opinião, ainda não entendi por que saí. O vestiário estava tranquilo, porém teve a goleada contra o Náutico e a campanha não era ideal. Mas eram oito rodadas e o futebol é feito em cima dos resultados”, disse o técnico, em entrevista à Gazeta do Povo.
O Carlos (Werner, superintendente) e o Leonardo (Oliveira, presidente) me chamaram e falaram que queriam mudar tudo. Eu coloquei o meu ponto de vista, de que o trabalho estava sendo feito da maneira correta e falei das minhas convicções. Sempre teve respeito e foi uma conversa de alto nível profissional”, acrescentou.
Apesar da bronca ter sido mais direta com o diretor de futebl Durval Lara Ribeiro, o Vavá, o treinador garantiu que foi embora do clube sem nenhuma mágoa.
“Não teve nenhuma mágoa. Espero não ter deixado nenhum inimigo. No dia que eu saí, bati um papo com o Vavá e foi tranquilo, ele me ligou em casa e nos acertamos sem problemas. A divergência de opiniões no futebol é normal. Mas eu estava convicto que estava fazendo um bom trabalho. Eu já montei equipes sem volantes, mas o treinador tem de montar o time com o que ele tem. Tanto que o Avaí joga dessa forma, com transição rápida”, explicou.
Claudinei ficou pouco mais de dois meses desempregado até ser chamado pelo Avaí. No entanto, a vontade do treinador era ter seguido toda a temporada no Paraná.
“Olha, eu esperava ficar sim. Achava que ia ficar bastante tempo no clube. Até pelo carinho do torcedor, é logico que não é 100% da torcida, mas sentia isso. Me adaptei à cidade e criei essa relação. No Paranaense eu procurei não enganar a torcida, avisei que nosso time tinha limitações, elenco enxuto e eles compraram a ideia. A torcida do Paraná é assim. Eles entendem a situação. Eu tinha convicção no meu trabalho e achava que íamos fazer uma boa Série B. Era só encaixar uma série de bons resultados que era possível. Mas a gente sabe que a paciência no futebol é curta. Todo treinador quer chegar e ficar um tempo no clube, ninguém quer chegar e sair logo. No Avaí eu estou sentido isso também. Vamos ver”, completou ele.