Em nome do Tricolor

Carlos Werner usa prestígio pessoal para recuperar finanças do Paraná Clube

Em um dos anos mais conturbados politicamente da história do Paraná Clube, o empresário Carlos Werner teve papel fundamental para o clube conseguir se manter na Série B e evitar um futuro negro ao final da temporada de 2015. E nesta semana voltou a aparecer como decisivo na reconstrução tricolor.

Werner, paranista apaixonado, encabeçou o grupo Paranistas do Bem que, no final de março, após a renúncia do então presidente Rubens Bohlen, assumiu a gestão do clube com a missão de levar o Tricolor de novo à Primeira Divisão.

Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, então, assumiu a presidência do clube. Porém, o homem forte passou a ser Carlos Werner. O empresário foi o grande responsável por, durante grande parte do Brasileirão, manter os salários do departamento de futebol paranista em dia. O investimento teria ultrapassado R$ 4 milhões.

Entretanto, apesar de contar com os salários em dia, o clube teve algumas dificuldades na disputa da Série B. Sem muito tempo para tornar o time mais competitivo para a disputa da segunda divisão, o Tricolor esbarrou também na falta de convicção na escolha dos seus treinadores durante a competição. Depois de apostar em Nedo Xavier, o time paranista trouxe Fernando Diniz – que, por conta do seu difícil relacionamento com os jogadores, não emplacou.

Carlos Werner, então, seguiu nos bastidores e dando o respaldo necessário para a sua equipe de trabalho tocar o clube. O empresário, a partir de agosto, quando a campanha eleitoral tomou conta do Paraná Clube, foi peça importante também para que o seu candidato e integrante do Paranistas do Bem, Leonardo Oliveira, vencesse o pleito realizado em setembro. Em contrapartida, seu treinador preferido, Claudinei Oliveira, foi recontratado.

Ações

Na campanha eleitoral, Carlos Werner defendeu a venda da sede da Kennedy como a principal saída financeira para o Paraná e assumiu o compromisso de que, a partir de 2016, o Tricolor conseguirá caminhar com as suas próprias pernas. O empresário mostrou de novo a importância que tem durante a negociação para a redução dos débitos das ações da Base e do caso Thiago Neves. A redução – com o consequente pagamento imediato – só aconteceu porque Werner garantirá que o Tricolor quite essas dívidas que prejudicavam terrivelmente o orçamento do clube.

Carlos Werner, no dia da posse do presidente Leonardo Oliveira, afirmou que vai cumprir o que prometeu e que terá apenas seu papel como conselheiro e deverá fechar um contrato de patrocínio de camisa de porte médio com o clube. Se o Tricolor terá essa independência e a capacidade de andar sozinho, somente o tempo vai dizer.

Reunião aprova negociações

Não foi preciso nem uma hora para que o Conselho Deliberativo do Paraná aprovasse por unanimidade o que era esperado. Na última terça-feira, em reunião na sede da Kennedy, ficou definido pelos 45 conselheiros que participaram da votação aberta que o clube pagará R$ 4,5 milhões à empresa Systema, do empresário Léo Rabello. O acerto encerra o processo judicial que o empresário mantinha contra o Tricolor por conta do caso Thiago Neves, que já chegada a R$ 36 milhões.

O valor será distribuído em três partes. A primeira será de R$ 2,6 milhões, emprestados pelo empresário Carlos Werner ao clube, que completaria com R$ 1,4 milhão da verba de tevê de 2016 e R$ 500 mil do valor referente a 2017.

O Conselho também aprovou a negociação com o empresário Renê Bernardi, ex-sócio da empresa BASE e investidor do Ninho da Gralha, que cobra na Justiça R$ 10 milhões. Pela proposta paranista, que ainda precisa ser aceita, o clube pagaria R$ 5 milhões, sendo R$ 2 milhões bancados por Werner, e R$ 3 milhões pelo Paraná até 2018.

Graças a esses investimentos no clube, que já somam R$ 10 milh&,otilde;es, Werner terá o Ninho da Gralha como garantia caso o Tricolor não quite os empréstimos, sem juros.

A nota

Em nota oficial, o Paraná afirmou que aguardará que os acordos sejam homologados na Justiça: “O Conselho Deliberativo do Paraná Clube, em reunião realizada nesta terça-feira (26) e de forma unânime referendou decisão anterior do Conselho Consultivo e autorizou o Conselho Gestor a prosseguir com celebração de acordo com as empresas Systema e Base, com o objetivo de por fim às demandas judiciais com as mesmas. Assim que todos os acordos forem homologados pela Justiça, o clube se manifestará através de coletiva de imprensa”.

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