A nova diretoria de futebol do Paraná, formada por Rodrigo Pastana e Tcheco, trabalha desde a semana passada para montar o elenco do Tricolor para 2017. A tarefa é das mais difíceis que existem no futebol, a coisa mais importante entre as menos importantes da nossa vidinha cotidiana. E é ainda mais difícil em se tratando de Paraná Clube.

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Assim como bater uma laje arranca litros de suor de um servente de pedreiro, cabelos se vão ou embranquecem na cabeça de diretores e gerentes de futebol de equipes Brasil a fora. Orçamento limitado – quase inexistente – assédio de outros times, contratações, dispensas e renovações. No caso paranista, via de regra, tudo se torna ainda mais complicado, afinal o histórico de bons negócios e salários em dia atingem diretamente nas negociações do Tricolor.

A recente decisão da Justiça do Trabalho que deu “passe livre” ao meia Nadson é um exemplo disso. O jogador conseguiu autorização para rescindir contrato e procurar outra equipe, já que o Paraná atrasou seus salários, direito de imagem e depósitos do FGTS.

A notícia veio em péssima hora, já que a diretoria tinha conseguido resgatar a fama de boa pagadora durante toda a temporada. Os salários se mantiveram em dia durante quase todo o ano, mas a falta de bons resultados e perspectivas, além de algumas questões internas de poder e manutenção de subsídios por parte do investidor Carlos Werner recolocaram o time no grupo de maus pagadores.

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Para o próximo ano o Paraná se fia no bom nome construído por Rodrigo Pastana, responsável direto por montar o vitorioso time do Guarani, vice-campeão brasileiro da Série C, e novo responsável pelo departamento de futebol. Profissional novo no ramo, apesar de alguns anos de experiência, ele começou a apresentar resultados trazendo para seu lado alguns dos destaques do time campineiro neste ano.

Na semana passada o Paraná já confirmou a contratação do meia Alex Santana, de 21 anos, e pode confirmar o também meia Auremir, 25, que já atuou no Tricolor em 2014 e é outro que pode chegar nos próximos dias. Além de jogadores do Bugre – pelo menos outros três interessam – Pastana foca sua busca em rivais que o Guarani teve na Série C e que demonstraram potencial.

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“A equipe terá um perfil competitivo, com jogadores de pouca expressão e muita ambição. Média de idade baixa, pela inclusão de oito garotos da base imediatamente ao elenco. Outra questão é o perfil dos profissionais que integrarão a comissão técnica. Em sua maioria, jovens experientes que executarão a nova filosofia de trabalho do clube, conceituada pelo futebol moderno que integra as várias especifidades no departamento de futebol”, explicou Pastana, à Tribuna.

Base

A contratação de Tcheco como gerente de futebol também vai ajudar na montagem do grupo. Além do bom nome que construiu como jogador, ele tem ótimo trânsito nos bastidores da bola e pode facilitar algumas negociações. A expertise do ex-jogador, inclusive, é vista com bons olhos na transição e melhor aproveitamento de jogadores das categorias de base.

O time sub-17 do Paraná, campeão estadual deste ano, deve servir a equipe principal com bons talentos. Os principais destaques deste time, junto com alguns atletas sub-19, terão mais uma oportunidade de mostrar potencial na disputa da Copa SP de Juniores. De lá devem sair ao menos cinco jogadores para compor o time de cima, entrando aos poucos para não queimar etapas.

Segundo o coordenador das categorias de base do clube, Mathias Lammers, a geração é valorosa e pode significar bom retorno esportivo em 2017. “Essa semana vamos nos reunir com o Pastana e o Tcheco para traçar o perfil do time principal e começar a entender de que formar a base será utilizada. Temos que ter cuidado para não queimar etapas. Os garotos não podem ser vistos como solução, mas sim como parte de um sistema organizado e que não queime etapas e jogadores”, disse à Tribuna.