Ele era “o preferido”. Afinal, quem não gostaria que Geninho voltasse ao Paraná Clube? No momento em que Cristian de Souza foi demitido, na última sexta-feira (14), o nome do treinador campeão do Módulo Amarelo da Copa João Havelange de 2000 era o mais cotado para assumir o Tricolor. Mas, mantendo a palavra, o técnico não saiu do ABC de Natal. Cinco dias depois, e no mesmo dia em que Lisca era apresentado na Vila Capanema, Geninho pedia demissão do clube potiguar.
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Depois de um ano e cinco meses no ABC, o técnico deixou o clube por vontade própria. “Eu tomei uma decisão hoje (quarta-feira), talvez uma das decisões mais difíceis que eu tomei na minha vida. Passei uma noite praticamente sem dormir. Conversando com familiares, conversando com amigos, para que eu pudesse ter uma luz, pudesse tomar uma decisão, que eu achava que não era uma que eu queria, mas era necessária. É realmente com muita tristeza que eu cheguei hoje de manhã e comuniquei à diretoria do ABC que eu estaria fora”, desabafou Geninho.
A saída já era especulada desde semanas anteriores. Mas nunca pelo clube ou pelos torcedores. Geninho chegou a pedir demissão no início da semana passada, mas uma mobilização geral o impediu – a diretoria inclusive prometeu reforços para que ele continuasse. Foi nesse momento em que surgiu a sondagem do Paraná Clube. Com grande carinho pelo Tricolor, Geninho agradeceu, admitiu que gostaria de voltar à Vila Capanema, mas disse que não havia como deixar o ABC naquele momento.
Mas após a sétima derrota consecutiva no Campeonato Brasileiro da Série B e a vice-lanterna da competição, o técnico de novo pediu para sair. Nova mobilização aconteceu, o presidente Judas Tadeu chegou a chorar no apelo pela permanência, mas desta vez Geninho estava irredutível. “Eu achei que era hora de, como comandante, assumir todas as responsabilidades desses resultados negativos e abrir caminho pra que alguma pessoa venha com uma visão diferente, com um comportamento diferente para que o ABC volte a trilhar os caminhos de vitória”, afirmou.
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A despedida do treinador foi bem diferente das que acontecem no futebol brasileiro – é só lembrar que as demissões no Trio de Ferro foram pesadas, com Eduardo Baptista (Atlético) sendo mandado embora por telefone e Cristian de Souza e Pachequinho (Coritiba) caindo ainda no vestiário. Geninho saiu com lágrimas dos cartolas, abraços dos jogadores e aplausos da torcida. “Agradeço essa oportunidade e desejo muita sorte a todos. É um clube de muita tradição que merece colher melhores frutos na Série B”, finalizou.