Outro lado

Após ataques, Carlos Werner surpreende e elogia presidente do Paraná Clube

Werner se defendeu e elogiou trabalho da atual gestão paranista. Foto: Arquivo

Após as declarações do presidente do Paraná Clube, Leonardo Oliveira, que acusou Carlos Werner de querer boicotar o trabalho da diretoria e tentar um clima de oposição, o investidor se defendeu e garantiu não estar interessado em se tornar dirigente do Tricolor. Pelo contrário.

Em entrevista à Tribuna do Paraná, Werner admitiu que teve discussões e problemas com o mandatário paranista, mas que em nenhum momento quis derrubá-lo. Tanto que acredita que Oliveira é a pessoa ideal para seguir com o trabalho no clube.

“Nesse momento, é difícil julgar. Mas acho que o Leonardo merece a reeleição. Ele entrou inexperiente, assim como outros, e no futebol tem muita coisa para se aprender. Ele vem aprendendo a cada dia e como o estatuto prevê a reeleição, acho que ele tem esse direito”, afirmou Werner.

O empresário reforçou que não é candidato à eleição presidencial, que será realizada em setembro, e que também não vai criar uma chapa de oposição. Porém, também não vai apoiar oficialmente a atual gestão.

“Nao tenho interesse em ser candidato e nem conjecturar (uma chapa). Eu tenho três empresas, saí de um casamento de 20 anos, estou em outro, família nova e não tenho tempo. O Paraná precisa de alguém que tenha tempo e bagagem. Não vou apoiar e deixar de apoiar ninguém”, afirmou ele.

Briga com Pastana

Até mesmo o executivo de futebol do Tricolor, Rodrigo Pastana, que foi o pivô das rusgas entre as duas partes, hoje conta com o apoio do investidor, que assumiu, inicialmente, ter tido problemas com o dirigente.

Rodrigo Pastana foi o pivô da briga entre Leonardo Oliveira e Carlos Werner. Foto: Marcelo Andrade
Rodrigo Pastana foi o pivô da briga entre Leonardo Oliveira e Carlos Werner. Foto: Marcelo Andrade

“Não gostaria que tivesse vindo a público (os problemas). Eu não tive um bom relacionamento com o Pastana. Eu considero ele um cara competente, ele deu ao Paraná Clube uma condição de pensar grande, mas nós não somos do meio. Eu queria que ele saísse, mas seguraram e eu relevei. Ele é competente, trabalhou bastante pelo clube e não quero que ele vá embora. Depois da discussão, eu falei pro Leonardo que se o Paraná fosse pra Série A, o Pastana tem que ficar no clube”, explicou.

A confusão toda se deu início em janeiro de 2017, menos de um mês após Pastana ter sido contratado pelo próprio Carlos Werner. No entanto, as divergências na montagem do elenco para o Campeonato Paranaense começaram a gerar as discussões. Leonardo Oliveira acusou o empresário de querer jogar o Paranaense com o elenco sub-17, o que foi prontamente rejeitado pelo executivo de futebol, que não queria colocar um time inexperiente em campo.

Foi aí que Werner passou a ter problemas com Pastana e pediu sua demissão para a diretoria, o que foi negado. Mas o investidor garantiu que não quis impôr a piazada em campo, e que apenas tentou achar uma solução para um período no qual ele não tinha dinheiro para colocar no clube.

“Vi com muita tristeza, porque eu não sou do meio do futebol. São acusações etapafúrdias, desagradáveis. Eu não tenho atletas, não tem isso. Acho que algumas coisas foram exageradas. Eu sempre disse lá atrás que não tinha dinheiro para o Paraná em janeiro de 2017 e queria usar a maior parte dos atletas do sub-17, porque eu não tinha dinheiro para o Paranaense. Não apenas jogadores da base, que são todos 100% do Paraná Clube”, afirmou.

Apoio à diretoria

Sobre as declarações de Leonardo Oliveira de uma maneira geral, Werner acredita que tudo aconteceu por uma má orientação ao dirigente, que se viu ameaçado por conta dos protestos e resolveu se defender. Mas afirmou que em nenhum momento articulou qualquer tipo de oposição coma a torcida.

“Às vezes orientaram mal ele, ele é jovem. Não há a menor possibilidade de colocar a torcida contra ele. Eu espero que futuramente ele releve isso, veja a verdade. Em 2016 apanhamos dentro do aeroporto. O Paraná não deveria ter sido exposto dessa forma. Sou paranista doente, quero o bem do Paraná. Meu grupo é com o Leonardo, não sou da oposição. Não tenho o menor relacionamento com a torcida organizada. Eu queria deixar isso muito claro. Não tenho relacionamento com a Fúria. Eles apoiam o time e são passional, mas não têm relacionamento com ninguém”, lembrou.

Por fim, o empresário tentou amenizar todos os problemas envolvendo os bastidores do Paraná Clube. Apesar de saber da importância que teve quando assumiu a gestão do clube, juntamente com o ‘Paranistas do Bem’, ele acredita que é preciso focar no futebol e de apoiar a atual diretoria para o time sair da situação incômoda, que é a de ser o lanterna do Brasileirão.

“Eu fui um líder no passado por causa do dinheiro. Talvez eu tenha entrado da forma errada no Paraná. Fiz por amor, por um projeto que deu certo em 2016 na questão financeira. O Paraná pagou muita gente. Agora esse grupo vem trabalhando da mesma forma e eu não participo. Não sou contra o grupo gestor, não quero que venha outro grupo sem experiência. Agora é momento de união, ceder para que o time cresça. Temos que parar de falar de política e pensar no futebol do Paraná Clube”, finalizou ele.

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