É compreensível que o torcedor do Paraná Clube esteja pra lá de animado com o que viu do time nas duas primeiras partidas da temporada. Assisti os dois jogos – um pela TV, aqui da redação da Tribuna; o outro no estádio, transmitindo o jogo contra o Foz pela RPC. Gostei do que vi nas duas partidas. Atuações distintas, características de atletas diferentes, mas o início da construção de uma identidade. E pra mim essa é a grande notícia deste início de ano do Paraná.
E quando eu falo “início de construção”, é preciso dizer que é preciso ter pés no chão, cabeça no lugar, cautela, canja de galinha, calma, tranquilidade, paciência e todos os sinônimos possíveis. É preciso segurar a empolgação.
Não a da galera, essa é totalmente natural e autorizada. Mas dentro do Tricolor, onde as coisas são preparadas, euforia tem que ser palavra proibida. E pelo que pude conversar rapidamente com Wagner Lopes, ele sabe muito bem disso. Porque podem vir as derrotas, podem vir as más atuações, e time e comissão técnica precisam estar preparados. E a serenidade do treinador é fundamental.
O Paraná do jogo contra o Avaí teve velocidade, insistência, intensidade. Renatinho, Vítor Feijão, Gabriel Dias, Leandro Vilela, Diego Tavares e Ítalo dão agilidade ao time, que bota pressão o tempo inteiro. É um abafa constante, deixando o adversário nas cordas.
O Paraná do jogo contra o Foz teve força, marcação, controle de posse de bola, eficiência nas bolas paradas, movimentação. Zezinho, Bruno Cantanhede, Jhony, Alex Santana, Guga, Júnior são jogadores que não dão a mesma intensidade, mudam a característica, mas a forma de atuar não se alterou, o desenho do time era o mesmo.
E este é um mérito de Wagner Lopes, com duas formações que contaram com 18 jogadores entre os titulares. Deu tudo certo, o que é ótimo para um início de trabalho. Se ele seguir tendo liberdade para trabalhar, sem os palpiteiros que tanto prejudicaram o Tricolor nos últimos anos, a empolgação da torcida pode virar uma confiança real numa temporada melhor em 2017.