Ele enfim falou. Desde a renúncia, em março, o ex-presidente do Paraná Clube Rubens Bohlen prometeu abrir o jogo. Fez esse aviso a alguns jornalistas, mas no final das contas se fechou. No final da semana passada, o ex-cartola resolveu dar uma entrevista. E logo foi explicando os motivos que o levaram a sair do Tricolor. “Queriam me fazer de fantoche. Talvez tenham pessoas que aceitem esse rótulo. Mas, comigo, isso jamais aconteceria”.
Com um diário dos tempos em que ainda era mandatário do Tricolor debaixo do braço, o ex-cartola esmiuçou episódios que levaram à sua saída, discorreu sobre a atual situação paranista e garantiu que não frequenta mais a Vila e a sede social. “Olhar para algumas pessoas me causa náuseas, para não dizer nojo”.

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Bohlen não tem receio de nomear quem são “as pessoas”. “Os ‘Paranistas do Bem’ e gente de dentro da minha própria diretoria. Olhar para estas pessoas que estavam ao seu lado e tramaram contra você é repugnante. Tenho vergonha”, falou, justificando o fato de não ir aos jogos do Paraná.
O dirigente segue acusando os ‘Paranistas do Bem’ de terem dado um golpe – um dos integrantes do grupo, Leonardo Oliveira, foi eleito presidente e assume o posto em dezembro. “Foi um golpe sim, com a diferença de que acabei renunciando. Tiraram minha governabilidade”, afirmou Bohlen, que admite ter mágoas guardadas. “De algumas pessoas, sim, pela falsidade. Quem quer ajudar o clube não impõe condições. Tentei de tudo, inclusive uma parceira com os Paranistas do Bem. O Carlos Werner é a prova disso”, revelou.

“Vaquinhas”

Rubens Bohlen revelou uma conversa com Carlos Werner, hoje o líder do clube – mesmo sem cargo na diretoria. “O Werner me disse que o clube precisava de ‘vaquinhas brancas’ e de ‘vaquinhas pretas” na diretoria. As últimas seriam para fazer o jogo sujo. As coisas mais obscuras. Pressionar pessoas, por exemplo. Quem tem de responder sobre as vaquinhas pretas é o Carlos Werner. Ele que agora denomine quem são”, atirou.

Golpe

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Refletindo sobre os fatos de março, Rubens Bohlen ainda não achou uma razão para a pressão dos “Paranistas do Bem”. “Questionei muito o Carlos Werner sobre isso. Eu sabia que quem assumiria com minha saída seria o primeiro-vice. Agora, por que esse grupo preferia que o Casinha assumisse?”, afirmou o ex-presidente paranista, que duvida que o aporte de R$ 4 milhões realmente aconteceu. “Respeito o Werner, me ajudou muito na minha gestão, mas ele fazia parte da minha diretoria. Como não chamar isso de golpe?”.

Mesmo assim, ele torce para o sucesso do próximo presidente, Leonardo Oliveira. “Não vou desejar o mal para o meu clube. Espero que o padrinho dele, o Werner, o ajude financeiramente. Se isso não acontecer, temo pela instituição”, finalizou.

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