Determinação

Paraná x Atlético terá torcida única na Vila Capanema

Domingo só a torcida paranista entrará na Vila Capanema. Foto: Marcelo Andrade.

E o clássico de domingo (27) entre Paraná Clube e Atlético ficou menos alegre. Por uma decisão do Tricolor, que na verdade é uma represália diante da decisão do Furacão de adotar torcida única na Arena da Baixada, apenas a torcida paranista estará no jogo das 11h na Vila Capanema. A posição tricolor foi anunciada no final da tarde desta quarta-feira (23), em mais um capítulo da desastrosa rivalidade – a que não leva a nada – entre os clubes do Trio de Ferro.

Há duas semanas, foi lançado um “projeto piloto”, criado pelo Ministério Público do Paraná e aceito de primeira hora pelo Atlético. O plano do MP é a adoção simples de torcida única em todos os jogos realizados em Curitiba. Segundo o promotor Maximiliano Ribeiro Deliberador, responsável pelo projeto, a justificativa é a perspectiva da redução de policiamento nas partidas.

“Atualmente, com a presença de torcedores de ambos os times nos estádios, é grande a necessidade de deslocamento de parcela considerável da força policial. Isso porque além da segurança no estádio e seu entorno, todo o percurso feito pelas torcidas organizadas até os locais dos jogos é acompanhado por escolta de policiais militares que precisam ser remanejados de seus postos de trabalho em outros pontos da cidade e até da região metropolitana”, dizia o texto da assessoria de imprensa do Ministério Público.

Mas como não há como impedir torcedores do time adversário de irem aos jogos, o projeto criou perigosas brechas, como a entrada de “infiltrados” nas partidas. No jogo entre Atlético e Cruzeiro, a única partida em que isso aconteceu, um grande grupo de torcedores mineiros foi à Arena da Baixada e acabou se agrupando em um setor do estádio, sendo protegidos por seguranças particulares – o texto do MP impede que esses torcedores tenham escolta e proteção especial da Polícia Militar, que inclusive apoia o projeto, assim como a Polícia Civil.

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Apoiador do plano desde o início, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, defendeu o conceito de torcida única em entrevista ao jornalista Julio Gomes Filho, do UOL. “É a visão. No médio, curto prazo, com a inteligência artificial, vai sobrar mais tempo para o homem. Esporte é entretenimento. Ele tem que ir com a família, tem que se divertir no dia do jogo dele. Sem medo. (…) O homem não pode ser escravo de nenhuma paixão. O que move o futebol é dinheiro. É grana. É business”.

OPINIÃO: Projeto de torcida única é como queijo suíço, cheio de furos

Sabendo que o clássico do segundo turno do Campeonato Brasileiro, na Arena da Baixada, seria apenas com torcedores do Atlético, a diretoria do Paraná acelerou conversar com o Ministério Público. Mas colocou uma condicional: só valeria para clássicos. A rigor, só valeria para o jogo de domingo, pois não mandará mais nenhum clássico em casa na temporada. O MP aceitou na hora. Através de sua assessoria, o MP apenas informou que a decisão estava confirmada, e que haverá uma reunião hoje pela manhã com os clubes para a definição de detalhes sobre a partida. Em conversa com a repórter Juliana Fontes, o promotor Maximiliano Deliberador disse que não poderia dar entrevistas. E o futebol paranaense perdeu mais um jogo.

 

 

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