Paraná volta ao campo contra o ASA, mas de bolso vazio

O Paraná Clube voltou a viver dias de grande turbulência. Os jogadores, inconformados com os atrasos salariais, cruzaram os braços e não treinaram por dois dias. O “estado de greve” só foi contornado na tarde de ontem, quando o grupo voltou aos trabalhos normais. Os atletas decidiram dar um voto de confiança aos dirigentes, que se comprometeram a pagar até quarta-feira os dois meses atrasados. É neste clima que o Tricolor encara o ASA, hoje, às 21h, na Vila Capanema. “Nós sempre fizemos a nossa parte dentro de campo. Só que com esses constantes atrasos, chegamos a um ponto onde não deu mais pra segurar”, diz o zagueiro Anderson, falando em nome do grupo. “Nunca duvidamos da honestidade de ninguém. Mas, a temporada vai chegando ao fim e todos ficam na insegurança”, completa.

 A decisão do grupo, inicialmente, era para só voltar aos treinos a partir do momento em que as folhas se setembro e outubro fossem pagas. Ontem, após nova conversa entre diretoria e atletas, a questão foi equacionada. A proposta da diretoria, antes recusada, acabou sendo aceita pelo grupo. Hoje, o Paraná pagará os salários de setembro de jogadores e funcionários e até a próxima quarta-feira a folha de outubro será quitada. “Analisamos bem e decidimos confiar na diretoria. É ruim que tenha chegado a esse ponto, mas serve como lição para que o clube se organize de uma forma a não mais se deparar com uma situação como essa, que é ruim para todos”, afirma Anderson. “A posição dos jogadores foi também no sentido de proteger os funcionários, que não têm a mesma força que a gente”, reiterou.

Os atletas, mesmo não treinando, haviam antecipado que estariam à disposição do técnico Toninho Cecílio para o jogo frente ao ASA. “Nós não treinamos no clube. Mas todos aqui são profissionais e ninguém abusou nesses dias”, garantiu Anderson. O superintendente Celso Bittencourt, após dois dias de muita conversa com os líderes do elenco, gostou do desfecho desse impasse. “Creio que houve bom senso. O clube está em débito com eles (os jogadores). Estamos fazendo o possível para fechar o ano sem dívidas. E vamos conseguir”, garante.

Nesta semana, o Paraná conseguiu levantar boa parte do valor devido aos seus funcionários através de percentuais de alguns jogadores, em sistema de cotas.

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