Guilherme Macuglia é nada menos do que o 13.º técnico a comandar o Paraná Clube desde o seu rebaixamento para a Série B, em 2007. Média superior a três treinadores por ano, o que explica parcialmente a maré de insucessos da equipe, que mais uma vez vê o sonho de retorno à primeira divisão nacional se dissipar. No jogo desta tarde, frente ao Goiás -às 16h20, no Durival Britto – o Tricolor faz mais tentativa de deixar o “atoleiro” em que se encontra há pelo menos seis rodadas.
Macuglia, hoje, tem duas missões prioritárias: resgatar a autoestima do grupo e, com uma vitória, abafar as vozes contrárias à sua contratação. “Isso é algo que a gente só muda lá dentro, com resultados”, disse Macuglia, consciente de que o torcedor paranista esperava um treinador de maior expressão nacional neste momento de turbulência. “Confio no meu trabalho e é isso que prometo: muito trabalho e seriedade para mudar esse panorama atual, que é preocupante”, avisou o novo treinador.
Em apenas três dias à frente do grupo, Macuglia já conviveu com dificuldades. Além de uma crise de relacionamento entre grupo e o vice de futebol Paulo César Silva, precisou driblar os muitos desfalques na tentativa de armar um time minimamente competitivo para este jogo. “No papel, creio que temos um bom time. Resta fazer com que eles tenham tranquilidade para fazer aquilo que sabem”, ressaltou. Nesta temporada, Macuglia é o quarto treinador a dirigir o Paraná.
Desta forma, o clube praticamente repete aquilo que já fizera em 2008 e 2009: se o resultado não vem, muda-se o comando técnico. A única exceção, nestes anos, ocorreu no ano passado, quando o Paraná teve apenas dois treinadores ao longo do ano. Marcelo Oliveira dirigiu a equipe ao longo do Paranaense, da Copa do Brasil e boa parte da Série B. Só saiu quando a crise financeira refletiu em uma sequência de resultados ruins, dando lugar a Roberto Cavalo. “Particularmente, não gosto dessa política. Mas, neste momento, tivemos que trocar. Agora é esperar que o Macuglia consiga recuperar a equipe”, disse o presidente Aramis Tissot.
Na matemática da Segundona, o Paraná teria que emplacar uma improvável campanha “de campeão” para obter o acesso. Numa projeção simples, o grande objetivo do ano só será conquistado com um rendimento superior a 70%, a partir de hoje. Para que o sonho não vire, mais uma vez, pesadelo, o Tricolor teria que vencer pelo menos dez dos quinze jogos que tem pela frente.