Everton, Vandinho, Vinícius Pacheco e Josiel. E Beto. Foi o capitão tricolor, volante do time há anos, quem salvou o Paraná Clube na tarde de ontem, na Vila Capanema. E a estratégia superofensiva, que prometia gols, acabou num magro 1×0 – com o Tricolor, agora segundo colocado no Campeonato Brasileiro, tendo que se retrancar no final do jogo para manter o resultado positivo.
A torcida aproveitou a promoção da Nestlé e foi em grande número à Vila Capanema – apesar da mudança de data do jogo durante a semana. Quem estava no estádio esperava ver o Paraná ofensivo prometido por Pintado. Everton, Vandinho, Vinícius Pacheco e Josiel eram promessa de velocidade, técnica e gols.
Do outro lado, estava um velho conhecido: Geninho, herói do título da Copa João Havelange em 2000, estreava no Sport.
A formação com quatro jogadores de ataque, entretanto, não funcionou no primeiro tempo. Everton não achou seu lugar em campo e teve uma atuação apagada. Vandinho (que foi o melhor deles) e Vinícius Pacheco tentavam ajudar mais o meio-campo e deixavam Josiel completamente isolado, sendo marcado por três zagueiros. Isso deixava o Tricolor sem opções de jogadas – restavam os chutes de longa distância, que foram defendidos com certa dificuldade por Cléber. Do outro lado, o Sport não abdicou de atacar, com a boa qualidade de Carlinhos Bala e Weldon.
E com os problemas, o gol só veio em uma bola parada.
E marcado por um volante -numa dessas ironias do destino. Aos 30 minutos, Vinícius Pacheco cobrou falta pela direita, a zaga não cortou e Beto, de costas, tocou de cabeça para a rede. Era o reflexo de quem tinha a iniciativa ofensiva, mas que não rendera o esperado.
O técnico Pintado não tinha dúvidas. Perguntado no intervalo se ele mudaria o posicionamento do time, ele respondeu com profunda sinceridade. ?Tem que mudar a determinação, pô!?, mandou.
Na segunda etapa, o Paraná voltou lutando muito, mas produzindo pouco. Só Josiel, tal um Dartagnan, se salvava da noite ruim dos ?mosqueteiros? tricolores.
O Sport começou a se soltar, pressionando os donos da casa e complicando o sistema defensivo.
A queda técnica forçou Pintado a mudar de idéia e retrancar o time. Sacou Vandinho, Vinícius Pacheco e Everton e colocou Joelson, Serginho e Toninho.
Os pernambucanos reclamaram muito de uma falta dentro da área (de Serginho em Evanílson), mas nada foi marcado.
E o Paraná, que entrou em campo na expectativa da goleada, encerrou o jogo se segurando para garantir três pontos preciosos.
Em Caxias
No outro jogo de ontem, o Juventude, jogando em casa, não passou de um empate em 1 a 1 com o Figueirense.
E o time gaúcho ainda desperdiçou um pênalti no segundo tempo.
Mesmo com gramado ruim, três pontos e a vice-liderança
Todos deixaram a Vila Capanema com o mesmo pensamento – o melhor de Paraná 1×0 Sport foi que o Paraná venceu o Sport por 1×0. O rendimento do Tricolor não foi o esperado, justamente quando Pintado optou pela formação que previa mais gols. Sobraram, após a partida, manifestações pela vitória e reclamações pelos problemas no gramado do Durival Britto.
O técnico Pintado não quis fazer avaliação direta sobre o esquema 4-4-2, com Vandinho, Everton, Vinícius Pacheco e Josiel. ?Eu estava preparado para uma partida com muita dificuldade, porque iríamos enfrentar um adversário que iria jogar fechado. E o time foi lutador, determinado. Isto me deixou muito satisfeito?, afirmou. Ele também não quis anunciar previamente se o sistema será usado no clássico com o Atlético, próximo sábado, na Vila. ?Primeiro quero rever este jogo?, resumiu.
Os jogadores preferiram não comentar se taticamente o time rendeu. ?Nós temos que ficar muito alegres porque conseguimos o resultado em uma partida muito difícil?, disse o zagueiro Luís Henrique, de novo um dos destaques do Paraná. ?Têm jogos em que as coisas não acontecem do jeito que a gente pensa. Mas hoje (ontem) tivemos qualidade em uma jogada de bola parada e conseguimos a vitória?, completou o lateral-esquerdo Márcio Careca.
O que surpreendeu foi o estado do gramado – que sofreu com a mudança de clima e com o insucesso do plantio de novas placas de grama. ?Não foi só o gramado que atrapalhou, mas tivemos problemas por causa do campo?, disse Márcio Careca. ?Claro que o campo atrapalhou a gente, e atrapalhou também o Sport. Mas nós estamos jogando em casa, e sofremos mais?, acrescentou Beto. ?Precisamos treinar mais aqui?, finalizou Luís Henrique.
Fora
Dois titulares estão fora do clássico do próximo sábado. O capitão Beto e o meia Everton receberam o terceiro cartão amarelo e desfalcam o Paraná contra o Atlético. As novidades devem ser a volta de Alex, que já tem condições de jogo, e a possível estréia de Nem. ?Não sei quem está mais calmo, se eu ou os controladores de vôo?, brincou Pintado. (CT)
CAMPEONATO BRASILEIRO
1º turno – 7ª rodada
PARANÁ CLUBE 1×0 SPORT
Paraná: Flávio; Léo Matos, Neguete, Luís Henrique e Márcio Careca; Xaves, Beto, Vandinho (Joelson – 23 do 2º) e Everton (Toninho – 41 do 2º); Vinícius Pacheco (Serginho – 33 do 2º) e Josiel. Técnico: Pintado
Sport: Cléber; Gabriel, Durval e Igor; Diogo (Evanílson – 35 do 2º), Éverton, Bia (Anderson Aquino – 25 do 2º), Fumagalli e Bruno; Carlinhos Bala e Weldon (Washington – 13 do 2º). Técnico: Geninho
Em campo
Local: Durival Britto
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (GO) e Flávio Gilberto Kanitz (GO)
Gols: Beto 30 do 1º
Cartões amarelos: Léo Matos, Vinícius Pacheco, Beto, Éverton (PR); Durval, Fumagalli (SPO)
Renda: R$ 77.281,00
Público: 11.259 pagantes