Com sofrimento também vale. O Paraná não teve uma atuação de gala, mas com vontade e determinação conseguiu uma importante vitória sobre o Criciúma por 2×1, ontem, no Pinheirão, em jogo atrasado da 19.ª rodada. Com o resultado (o terceiro triunfo consecutivo, fato inédito nos últimos quinze meses), o Tricolor sobe para a oitava posição e mantém o ótimo desempenho dentro de casa.
O Tricolor voltava a jogar em casa depois da ótima atuação contra o Vitória. Saulo de Freitas, ainda como interino, manteve a mesma formação que venceu em Salvador, confiando no terceiro melhor ataque do Brasileiro. Do outro lado, o Criciúma vinha baqueado pela lesão de Cametá (seis meses fora do futebol) e pelo doping de Paulo Baier, divulgado horas antes. Lori Sandri atuava como um ?bombeiro?, tentando aplacar o desânimo dos catarinenses.
Sem sua principal peça, o Criciúma entrou pensando em parar os tricolores. E logo no primeiro minuto Cristiano Ávalos, de cabeça, obrigou Fabiano a fazer boa defesa. O Paraná tinha que se desvencilhar da marcação adversária, que abusava da força e das faltas. Mesmo assim, a primeira chance real de gol (aos 8 minutos) foi catarinense, com Léo Mineiro fazendo Flávio se esticar para defender.
Aos poucos, o Tricolor começou a ceder terreno para o Tigre, principalmente pelos lados do campo. Além disso, havia espaço para perigosos contra-ataques, já que apenas Ageu e Cristiano guardavam posição quando o Paraná partia para a frente. Com isso, o domínio territorial passou a ser do Criciúma. Por alguns instantes, era o time da casa quem jogava no erro do adversário – e foi justamente assim que o placar foi aberto. Aos 25 minutos, Valentim puxou veloz contra-ataque pela direita e rolou para Ávalos, que chutou de primeira e marcou um belíssimo gol.
A resposta do Criciúma aconteceu aos 30 minutos, quando Leonardo fez ótima jogada e chutou à esquerda do gol tricolor. Apesar da chance, o Paraná conseguiu equilibrar as ações ofensivas e ter maior controle da posse de bola. O primeiro tempo seguiu assim: ora o Tricolor dominava, ora o Tigre assustava. A última chance foi de Marquinhos, mas o meio-campista não chegou a tempo para escorar o cruzamento de Maurílio.
Como em outros jogos noturnos, o Pinheirão foi ?inundado? pela densa neblina. Era o novo ingrediente do segundo tempo. Tentando melhorar o seu time, Lori Sandri colocou Sandro, no intuito de aproximar mais os setores da equipe. Mas a partida seguiu no mesmo diapasão de equilíbrio em que o primeiro tempo terminara. As chances do Criciúma eram nas bolas paradas, enquanto o Paraná tentava retomar o controle do jogo. Aos 11 minutos, Luciano Almeida chutou e, mesmo sem ângulo, obrigou Flávio a se esticar todo e ainda contar com a ajuda da trave. E, com tal pressão, era inevitável: aos 18, Rômulo chutou forte, Flávio rebateu e Dejair mandou de primeira, empatando o jogo. Precisando melhorar o rendimento ofensivo, Saulo sacou Fabinho e colocou Rodrigo Silva, com a orientação de forçar as jogadas pela esquerda. Logo depois, Fernandinho entrou no lugar do apagado Caio.
E o Paraná partiu para cima dos catarinenses. Aos 26, Rodrigo cruzou da esquerda e Maurílio quase marcou. Três minutos depois, Fernandinho cobrou falta e Renaldo acertou a trave, após boa intervenção de Fabiano. E, aos 32, Maurílio lançou, Fernandinho apenas escorou para Marquinhos, que chutou com estilo e marcou o segundo tricolor – gol que transformava o ataque paranista no segundo mais efetivo do Brasileiro.
Dois minutos após de marcar, Marquinhos foi expulso – além dele, Caio desfalca o Paraná contra o Corinthians, domingo, no Joaquim Américo. Aos 39, foi a vez do catarinense Léo Oliveira ser excluído da partida.
CAMPEONATO BRASILEIRO
PARANÁ CLUBE 2X1 CRICIÚMA
Súmula
Local:
PinheirãoÁrbitro:
Fabiano Gonçalves (RS)Assistentes:
Altemir Hausmann (RS) e Paulo Ricardo Silva Conceição (RS)Gols:
Cristiano Ávalos 25 do 1° ; Dejair 18 e Marquinhos 32 do 2ºCartões amarelos:
Marquinhos, Caio (PR); Alexandre, Saulo, Léo Mineiro (CRI)Cartões vermelhos:
Marquinhos e Léo OliveiraRenda:
R$ 38.090,50Público:
4.404 (2.918 pagantes)Paraná
Flávio; Valentim, Cristiano Ávalos, Ageu e Fabinho (Rodrigo Silva); Fernando Miguel, Pierre, Marquinhos e Caio (Fernandinho); Maurílio (Goiano) e Renaldo. Técnico: Saulo de Freitas
Criciúma
Fabiano; Duílio (Tico), Luciano e Léo Oliveira; Eto (Rômulo), Léo Mineiro, Alexandre, Luciano Almeida e Saulo (Sandro); Dejair e Leonardo. Técnico: Lori Paulo Sandri
Arena será toda do Paraná contra o Timão
A tarde de domingo será diferente para o futebol paranaense. Pela primeira vez na história do novo Joaquim Américo, o estádio será cedido pelo Atlético para um time local. Com o Pinheirão vetado pela Polícia Militar, o Paraná Clube vai enfrentar o Corinthians na Arena, às 16h. O acordo, inédito entre rivais, foi fechado em tempo recorde na tarde de ontem.
A definição da polícia aconteceu no final da tarde de ontem, alegando falta de segurança no estádio para abrigar um jogo de maiores proporções. A posição inicial, de liberar o Pinheirão apenas para quinze mil pessoas (como aconteceu no jogo de ontem contra o Criciúma) foi mudada, já que a demanda de público para a partida com o Corinthians é completamente diferente.
Sabendo do veto, a primeira posição da diretoria do Paraná foi consultar a cúpula do Coritiba, mas seria inviável a antecipação do jogo alviverde para sábado – a partida tricolor não pode ser mudada, já que está na grade de transmissão das TVs abertas.
Depois, partiu-se para a conversa com o Atlético. “Nesses momentos nós precisamos ajudar nossos co-irmãos”, afirmou o diretor administrativo rubro-negro Alberto Maculan. Quem já comprou ingressos terá que trocá-los no Pinheirão, nas sedes do Paraná ou na loja do clube no Big Tarumã.
No Brasileiro do ano passado, o Figueirense requereu o estádio atleticano para jogar contra o Botafogo.
Pulverização
A partir de hoje, os torcedores terão mais postos de venda de ingressos. Já foram cadastrados onze locais, distribuídos por toda a cidade – além destes, mais de trinta estabelecimentos comerciais consultaram o clube para vender ingressos. “Queremos facilitar a vida do torcedor, para que ele possa comprar seu ingresso perto de casa”, explicou o diretor Durval Lara Ribeiro.
