Fábio Alexandre |
Dinelson e Alex comemoram os 3 a 1 em cima do rival, que acabou com jejum de vitória em clássicos. Agora o Paraná busca o bicampeonato paranaense em dois jogos contra o Paranavaí. |
Um triunfo para lavar a alma. Em uma noite histórica, o Paraná derrotou o Atlético por 3 a 1, na Baixada, e está na final do Paranaense. Mais do que isso, colocou abaixo o tabu de nunca ter vencido na casa do rival e acabou com uma série de seis clássicos sem vitória.
Além de continuar no caminho do bicampeonato, o Tricolor tem a chance de se tornar o maior vencedor de títulos estaduais nos últimos 20 anos. Com sete troféus, pode superar o Furacão e chegar à oitava conquista em duas décadas.
Mas, para isso, o time da Vila Capanema terá uma tarefa duríssima na decisão. Seu adversário será o Paranavaí, que superou o Coritiba na outra semifinal e continua invicto contra clubes da capital.
O primeiro desafio está marcado para o próximo final de semana, no interior.
A classificação paranista esteve ameaçada no primeiro tempo do clássico. Empurrado pela torcida, o Atlético dominava a partida e chegava com perigo à área defendida pelo Paraná. Logo a um minuto, Netinho recebeu de Alex na área e bateu cruzado, para boa defesa de Flávio.
Porém, a zaga tricolor estava bem postada e não deu mais espaço aos atacantes rubro-negros. Aos 22?, o zagueiro atleticano Marcão apareceu para dar uma força à artilharia e foi derrubado na área por Neguete. Mesmo em cima do lance, o árbitro Héber Roberto Lopes não marcou o pênalti.
Mas aos 30?, quando Ferreira caiu numa disputa com Neguete, Héber apontou para a marca da cal. Alex Mineiro foi para a cobrança e, com uma paradinha, deslocou Flávio antes de rolar para a rede.
Tudo ia bem para o Rubro-Negro até os 37?, quando Netinho, que já tinha cartão amarelo, agarrou Alex e foi expulso.
Na mesma situação que na primeira partida do confronto, o Atlético adotou também a mesma tática. Abriu mão de atacar, chamando o Tricolor para o abafa.
Daí, foi a vez do goleiro atleticano Guilherme brilhar. Substituindo Cléber, expulso no clássico anterior, ele usou toda sua altura de 1,95m para acabar com o ponto fraco do time nas bolas aéreas. E ainda fez grandes defesas em belos chutes de Xaves e Renan.
Mas, aos 17? da segunda etapa, não houve como evitar o empate. Dinelson recebeu na área e bateu forte. Guilherme defendeu, mas deu rebote para Josiel, que bateu em cima de Marcão. Lima pegou a sobra e apenas tocou para o gol vazio.
O empate já bastava, mas o Paraná queria a vitória. Mesmo depois que Beto acertou Ricardinho por trás, aos 28?, deixando o Tricolor também com dez homens em campo, o time não deixou de atacar e foi premiado aos 36?.
Alex puxou um contragolpe em velocidade pela direita e bateu cruzado. A bola desviou em Rogério Corrêa e sobrou para o próprio Alex, que marcou mais um para o Paraná.
A virada despertou o Furacão, mas era tarde demais. Pedro Oldoni entrou no lugar de Erandir e o time partiu com tudo para o ataque. Aos 40?, Alex Mineiro bateu, Flávio deu rebote nos pés de Pedro e Daniel Marques salvou em cima da linha.
Para ?fechar o caixão? do Rubro-Negro, Lima aproveitou mais um contra-ataque e colocou a bola na área. Joelson fechava no segundo pau, mas Rogério Corrêa se antecipou e, melancolicamente, mandou a bola contra a própria meta. Final: 3 a 1 para o Tricolor e festa paranista pela primeira vez no Joaquim Américo.
Vadão ?desce a lenha? no árbitro
O técnico Vadão deixou a Baixada indignado com a arbitragem de Héber Roberto Lopes. Segundo o treinador, a atuação do árbitro teve influência direta na eliminação rubro-negra.
Expulso do banco por reclamação, ainda no primeiro tempo, Vadão não perdoou Héber na entrevista coletiva após o clássico. ?Visivelmente ele minou o Atlético. Foi no mínimo esquisito. Houve dois lances em que nossos atletas foram agredidos sem bola e ninguém viu. Ele não deu pênalti e ainda amarelou o Marcão. E minha expulsão foi totalmente injustificada?, disparou o comandante atleticano.
Mas o cartão vermelho de Netinho, aos 37? do primeiro tempo, também foi lembrado por Vadão. ?Até o momento da expulsão, quem pressionava era o Atlético. O time foi muito vibrante até esse momento, mas o árbitro minou o tempo todo. Óbvio que se você é minado, com um jogador a menos, para tomar três gols cometem-se erros. Não estamos escondendo os erros. Agora, só quero que mostrem a verdade?, pediu.
Os jogadores foram menos enfáticos, mas não deixaram de lado as reclamações contra o árbitro. ?Ele amarelou nosso time no início da partida e os jogadores ficaram um pouco receosos?, criticou Alex Mineiro.
Já para o zagueiro Danilo, as expulsões de Netinho, ontem, e João Leonardo, na primeira partida, determinaram a eliminação do Atlético. ?Não podemos crucificar ninguém, mas jogamos os dois jogos com um jogador a menos. Lá na Vila Capanema, conseguimos ter uma marcação muito boa. E hoje, como o Paraná já havia passado por essa situação, não repetiu o mesmo jogo que fez lá. Hoje, tiveram três chances e fizeram?, lamentou o capitão rubro-negro.
Agora, o Furacão precisa reencontrar a vitória na quarta-feira, para não fracassar completamente no primeiro semestre. Contra o Atlético-GO, precisa fazer pelo menos 2 a 0 para continuar na Copa do Brasil.