"Vai ser um jogo difícil". Paulo Campos já previa problemas para o Paraná contra o Criciúma, ontem, no Heriberto Hülse. Mas não precisava ser assim – ou até precisava, para o time manter sua ‘tradição’ de sofrimento das últimas partidas.
E, sendo mais fiel ainda à tal ‘tradição’, a vitória veio no final. O Paraná conseguiu o 2×1 e está definitivamente fora do perigo do rebaixamento. O campeonato brasileiro 2005 vai ter o Tricolor, agora 14.º colocado, entre os 22 participantes – e o futebol paranaense segue com três representantes na primeira divisão. Após o jogo, o atacante Marlon foi anunciado como o primeiro reforço para a próxima temporada.
"Nós vamos jogar como sempre jogamos, ofensivamente." O segundo aviso de Paulo Campos era claro – aproveitando os espaços oferecidos pelo Criciúma, o Paraná iria partir para cima. E Marcel foi o principal beneficiado. Com uma atuação acima da média, o armador esteve presente em todas as jogadas ofensivas tricolores enquanto esteve em campo.
Ninguém melhor que ele para sofrer o pênalti e depois cobrá-lo, para abrir o placar. Marcel aproveitou para ‘exorcizar’ seus próprios fantasmas, já que a última penalidade que cobrara fora contra o Grêmio, e a errara. Ele seguiu sendo o principal articulador das jogadas do Paraná, que tinha chances e, como sempre acontece, perdia muitas oportunidades. Mas, no primeiro tempo, os donos da casa não mostravam força para conseguir empatar o jogo.
Aí, Paulo Campos resolveu, já na segunda etapa, aumentar o poder de marcação, mesmo que a capacidade ofensiva da equipe fizesse com que o time impedisse as ações do Criciúma. Após Canindé e Sinval perderem duas ótimas oportunidades, o treinador tirou Marcel para colocar João Paulo. E na primeira jogada do zagueiro, o Tigre empatou em uma bola alçada à área, com Luciano escorando para as redes.
Mas a estrela de Paulo Campos é mais forte que as possíveis falhas. Ele tirou Canindé para colocar Edinho. E foi o lateral, herói de partidas anteriores (a fórmula se repetia), que marcou o gol da ‘libertação’, após bela jogada de Cristian. "Eu estou feliz por ter marcado um gol tão importante", festejou o jogador, que calou o Heriberto Hülse e o transformou em casa paranista. E com festa. No momento do apito final, a euforia (e o alívio) transbordaram. Paulo Campos foi comemorar com os torcedores que foram ao interior de Santa Catarina. "Esse time não é mole não. Eles merecem os aplausos", afirmou o treinador, emocionado. Alegria compatível com a importância da vitória e da permanência na Série A.
CAMPEONATO BRASILEIRO
CRICIÚMA 1X2 PARANÁ
Criciúma: Roberto; Ângelo, Duílio, Luciano e Gleidson (Alexandre); Cléber Gaúcho, Geninho (Saulo), Douglas e Paulo César; Marcos Denner e Vágner Carioca (Rôni). Técnico: Lori Sandri
Paraná: Flávio; Etto, Fernando Lombardi, Emerson e Vicente; Messias, Beto, Cristian e Canindé (Edinho); Marcel (João Paulo) e Galvão (Sinval). Técnico: Paulo Campos
Súmula
Local: Heriberto Hulse (Criciúma-SC)
Horário: 16h
Árbitro: Wilson Luís Seneme (SP)
Assistentes: Ednílson Corona (FIFA-SP) e Emerson Augusto de Carvalho (SP)
Gols: Marcel 15 do 1º; Luciano 15 e Edinho 38 do 2º
Cartões amarelos: Cléber Gaúcho (CRI); Messias, Flávio (PR)
Renda: R$ 61.059,00
Público: 10.071