O favorito venceu. Mas com toda a dureza caraterística de um clássico. O duelo entre o Paraná, em bom momento no Brasileirão, e o Atlético, baqueado depois de uma péssima atuação, foi disputado, empolgante e equilibrado, como reza a tradição dos confrontos entre os rivais. Melhor para os tricolores, que ganharam por 2 a 1, somaram a 5.ª vitória consecutiva e encostaram nos líderes do Brasileirão. Já os rubro-negros perderam a invencibilidade de quatro jogos e começam a se preocupar com o futuro na competição.
Se alguém tomasse por base somente as exibições na rodada anterior, preveria uma fácil vitória paranista. O Paraná vinha empolgado pela bela goleada de 4 a 1 sobre o Flamengo, e o Atlético, perturbado pela atuação abaixo da crítica no empate sem gols com o Fortaleza.
Mas o Rubro-Negro provou que os clássicos costumam eliminar tais diferenças. O Atlético mostrou disposição diferente da rodada anterior, tocando bem a bola e usando bastante os lados. Assim, foi melhor na 1.ª etapa, quando encontrou espaços pelo lado esquerdo do ataque. Perdidos na marcação, Beto, Goiano e Gustavo levaram um baile de Ferreira e Moreno. Mas o ataque, mais uma vez, foi o ponto falho do time de Givanildo, e não concluiu as inúmeras chances criadas pelo setor.
Melhor para o Paraná, que usou seu ponto forte – o ataque, o melhor do Brasileirão – para abrir o placar. Na primeira jogada bem trabalhada pelos avantes Cristiano e Leonardo, Batista recebeu livre e fuzilou Cléber: Paraná 1 a 0.
Se o 1.º tempo era bom, o segundo ficou ainda melhor. Logo aos 2 minutos, Jancarlos soltou um surpreendente petardo da linha de fundo.
A bola fez uma curva e pegou Flávio desprevenido: merecidamente, o Atlético empatava. O Tricolor precisou da cutucada para acordar no jogo. Caio Jr. consertou a marcação e aos poucos os paranistas igualaram a meia-cancha, ganhando ligeira predominância na partida. As chances de gol começaram a se suceder, de um lado e de outro, transformando Flávio e, principalmente, Cléber em destaques do confronto.
Valeu, então, a melhor qualidade do sistema ofensivo tricolor. Aos 29, Edinho colocou na cabeça de Leonardo que marcar o segundo gol. Tudo definido? Nada disso. O Paraná recuou demais e o Furacão partiu para cima. Com Ivan e Válber no time, o Atlético criou algumas chances de empatar. Na melhor delas, Dênis Marques ficou cara a cara com Flávio, mas o goleiro tirou.
Campeonato Brasileiro 2006
Paraná 2 x 1 Atlético
Paraná
Flávio; Gustavo, Neguete e Edmilson; Goiano, Beto, Batista, Maicosuel e Edinho (Serginho); Cristiano (Gérson) e Leonardo. Técnico: Caio Júnior
Atlético
Cléber; Jancarlos, Danilo, João Leonardo e Moreno (Válber); Erandir, Alan Bahia, Evandro (Ivan) e Ferreira; Neto Baiano (Denis Marques) e Pedro Oldoni. Técnico: Givanildo de Oliveira.
Gols: Batista (26-1º), Jancarlos (2-2º) e Leonardo (29-2º)
Local: Pinheirão
Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva (Fifa-RS)
Assistentes: Altemir Hausmann (Fifa-RS) e Paulo Ricardo Silva Conceição (RS)
Cartões amarelos: Alan Bahia e Erandir (A), Batista e Leonardo (P)
Público: 7.843 pagantes (Total: 8.573)
Renda: R$ 104.500,00