Paraná valoriza time que venceu, mas enxuga elenco

O elenco do Paraná Clube passará por significativa reformulação nos próximos dias. Oito jogadores deverão ser emprestados a outros clubes. Já foram realizadas várias reuniões entre comissão técnica, diretoria e os empresários que viabilizaram a montagem do grupo. Há uma idéia em comum. O time, apesar do bom resultado de sábado à noite, não “decolou” e precisa de ajustes para encontrar o equilíbrio necessário para “virar o jogo” no segundo turno do Brasileirão.

Restando apenas cinco rodadas para o término do primeiro turno, o Paraná ainda busca uma formação-base. Não é difícil explicar o problema. Além de uma mudança no comando técnico – Gilson Kleina substituiu Paulo Campos -, o grupo sempre esteve “inchado”, com mais de trinta atletas. Recentemente, 37 jogadores estavam trabalhando no Tricolor. “É impossível aglutinar um elenco numeroso assim”, avisou Kleina. Explica-se: em um dia comum de treino tático, 15 atletas ficavam à margem da atividade, sem motivação e gerando gastos ao clube.

Numa visível falta de planejamento, logo após liberar quatro jogadores – Wesley e Alexandre foram para o Londrina, Nilson para o Iraty e William Xavier foi dispensado – a diretoria aceitou quatro novos atletas para período de testes. Como cobrar da comissão técnica uma avaliação precisa no meio de uma competição? Não houve surpresas. Os quatro (Bill, Joílson, Cássios e Tuca) foram dispensados. O treinador já avisou que pretende trabalhar no máximo com 28 jogadores e já solicitou ao menos três reforços, dois laterais e um atacante de velocidade.

O objetivo é melhorar o rendimento do Paraná trocando quantidade por qualidade. Muitos questionam, ainda, a parceria. Mas, não há correntes divergentes entre o empresário Sérgio Malucelli e os integrantes do departamento de futebol. Para conseguir bons negócios, o empresário depende de uma campanha expressiva do Tricolor, o que não está ocorrendo. Assim, a troca de atletas tornou-se inevitável.

Atuação foi prêmio para Kleina

Um prêmio à ousadia. O técnico Gilson Kleina apostou todas as fichas em uma mudança radical na equipe e saiu do Pinheirão como um dos responsáveis diretos pelo bom resultado diante do Paysandu (2×0). Fez questão de dividir as honras com o grupo, afirmando que sem a “atitude” dos atletas, nada seria possível. Mais do que uma vitória, o Paraná Clube conseguiu se reerguer no Brasileirão, com personalidade e postura ofensiva. Coletivamente, foi a melhor atuação do Tricolor sob o comando do treinador.

Com seis mudanças em relação à partida anterior, o Paraná conseguir superar a previsível falta de entrosamento com muita aplicação. Os meias e atacantes não se limitavam a pressionar a defesa adversária. Sempre que o time perdia a posse de bola, recompunham o sistema de marcação, reduzindo espaços e não dando chances ao Paysandu. “Isso foi mentalizado por todos, principalmente na conversa que tivemos na concentração, com a participação de todo o grupo”, comentou Cristian, um dos destaques do “novo” Tricolor.

Além do meia – que mostrou qualidade nos dribles e nas assistências – o Paraná iniciou o jogo com outras cinco alterações. O goleiro Flávio e o centroavante Galvão voltaram à equipe, assim com Cláudio na ala-direita. Kleina ainda promoveu a estréia de Vicente na lateral-esquerda e deu uma chance a Gilmar na cabeça-de-área. Como só a vitória interessava, “abrir” o time era a única estratégia aceitável. Tirando raros lances de ataque do time paraense, o Tricolor dominou as ações e só não fez mais gols devido à boa marcação do Paysandu.

Mesmo sem um perfeito entrosamento entre Canindé e Cristian, o Paraná conseguiu impor um ritmo forte e no final do primeiro tempo praticamente definiu o resultado. No segundo tempo, o Paraná foi à frente e com 5 minutos já havia perdido três bons ataques. A “reação” do Paysandu se limitou a alguns contragolpes de Leonardo e uma chance incrível desperdiçada por Vinícius.

CAMPEONATO BRASILEIRO
18ª Rodada
Local: Pinheirão (Curitiba).
Árbitro: Alício Pena Júnior (FIFA-MG).
Assistentes: Rodrigo Otávio Baeta (MG) e Wesley Alves Vilaça (MG).
Renda: R$ 10.765,00.
Público: 932 pagantes (1.266).
Gols: Galvão a 12? e Sinval (pênalti) a 45? do 1º tempo.
Cartões amarelos: Cristian e Wellington Paulista (Paraná). Carabina, Júlio Santos, Flávio Tanajura e Alexandre Pinho (Paysandu).

Paraná Clube 2 x 0 Paysandu

Paraná
Flávio; Cláudio, Fernando Lombardi, Gélson Baresi e Vicente; Axel, Gilmar, Cristian (Marcel) e Canindé (Fernando); Galvão e Sinval (Wellington Paulista). Técnico: Gilson Kleina.

Paysandu
Paulo Musse; Carabina, Júlio Santos, Alex Pinho (Flávio Tanajura) e Luís Fernando; Sandro, Alexandre Pinho, Jóbson (Balão) e Ernani; Leonardo e Cláudio (Vinícius). Técnico: Givanildo Oliveira.

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